Etanol
Em Minas Gerais, oferta de etanol hidratado deve aumentar
Com a expectativa de ter uma safra de cana-de-açúcar maior que a 2021/22 e maiores estoques, o Estado de Minas Gerais deve ter maior oferta de etanol hidratado. Apesar de ter os preços atrelados aos da gasolina, que vêm apresentando alta, o setor sucroenergético mineiro acredita que o biocombustível terá preços competitivos na bomba.
De acordo com Mário Campos, presidente da Siamig (Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais), o ano deve ser mais favorável para o consumo do etanol hidratado, já que haverá oferta maior. Desde fevereiro, a paridade entre o etanol e a gasolina favorece o biocombustível.
Desde novembro de 2021, os preços recebidos pelos produtores estavam em queda, situação que foi revertida quando o litro passou de uma média de R$ 2,90 para R$ 3,19. Segundo Campos, a correção é importante para os produtores, que enfrentam custos cada dia mais elevados, puxados pelos preços dos fertilizantes, diesel e demais despesas.
“No ano passado, o consumo de etanol caiu. Estamos em entressafra e trabalhamos com estoque acumulado ao longo da safra para atendimento do mercado. Desde novembro, o preço pago ao produtor vinha apresentando redução, isso porque naquele momento a oferta estava excedendo a demanda projetada e o preço caiu. Esta redução chegou ao consumidor a partir de fevereiro. O consumidor observou preços mais atrativos, houve uma volta do consumo considerável e estamos observando em março também”, disse Campos ao Diário do Comercio.
O aumento do preço da gasolina, no entanto, tende a trazer valorização do etanol. Segundo Campos, isso acontece porque os dois produtos, além de concorrerem entre si, fazem parte do conjunto de abastecimento da frota.
“Nem um nem outro teriam condições de assumir o completo abastecimento da frota. Então, quando há variação de um produto, é normal que o outro acompanhe. Ano passado, em função da quebra de safra, os preços do etanol subiram muito mais que os da gasolina, inibindo o consumo. Mas acredito que este ano não será assim porque temos uma oferta adicional de etanol e uma previsão de safra maior”, disse.
Ainda segundo Campos, levando em conta que se tem uma oferta adicional de etanol no mercado, no cenário de hoje, é necessário que haja consumo do biocombustível.
“Para que haja consumo de etanol, a relação de preços entre o etanol e a gasolina nos postos tem que ficar abaixo dos 70%. Hoje, o preço do etanol, que depende do balanço entre oferta e demanda e do preço do concorrente, subiu no produtor e também nos postos, mas ainda vai chegar para o consumidor em uma relação de preço pró-etanol. Isso porque, hoje, a oferta que se tem em estoque e da safra que vai vir demonstra tendência que é necessário o consumo de etanol. O preço está subindo, mas a alta vai apenas até o nível em que estimule o consumo”, explicou.
Cadastre-se e receba nossa newsletter