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Para especialista, futuro do Brasil tem que contar com etanol e carro elétrico

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Foto:Ilustração
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Uma das barreiras para o avanço dos carros elétricos no Brasil é o preço. Mas isso pode mudar em breve. Isso porque veículos elétricos com preços populares têm movimentado outros mercados no mundo. Um exemplo disso está no Tata Tiago EV, lançado no final do ano passado na Índia, que tem duas opções de bateria e autonomia de até 315 km, por um valor equivalente a R$ 56 mil.

Segundo Ricardo David, um dos especialistas no ecossistema de eletromobilidade e sócio-diretor da Elev, em entrevista ao Guia do Carro, é possível observar um avanço significativo da indústria no desenvolvimento de novas tecnologias e, principalmente, baterias mais sustentáveis, que podem baratear ainda mais o preço dos elétricos em todo o mundo.

O especialista ainda defendeu um mercado que tenha espaço para o etanol, mas sem abrir mão do carro elétrico. Ele crê em um futuro onde os carros elétricos serão principalmente exportados (para que o Brasil não fique isolado) e o carro híbrido flex será mais consumidos internamente. “Desse modo, poderíamos ter um produto de potencial de exportação, principalmente considerando que os automóveis a etanol carecem de mercado externo, enquanto os modelos elétricos têm ganhado o mundo”, defendeu o executivo em entrevista.

Além disso, os automóveis movidos a etanol dependem da produção de milho e açúcar e contam com uma variação de preço de mercado que afeta o consumidor final, algo incomum de acontecer com os carros elétricos.

De acordo com os dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a colheita de cana-de-açúcar no Brasil durante a safra 2022/23 alcançou a marca de 610,1 milhões de toneladas, representando um acréscimo de 5,4% em relação à temporada anterior.

No que diz respeito à fabricação de biocombustível, a produção de etanol teve um ligeiro aumento de 0,5%, totalizando 30,5 bilhões de litros, enquanto a produção de açúcar registrou um aumento de 6%, atingindo a marca de 37 milhões de toneladas.

“O etanol é uma fonte de energia renovável, com redução significativa nas emissões de CO2 em comparação aos combustíveis fósseis, além de gerar empregos e impulsionar a economia nacional”, afirmou David.

Quanto à infraestrutura de recarga, o especialista da Elev ressalta a importância da colaboração entre setores. “A integração entre montadoras, empresas de energia e governos é essencial para avançar na mobilidade elétrica”, para acelerar o processo de implantação de infraestrutura. “Não devemos tratar o etanol e a eletricidade como opções concorrentes, mas sim como complementares”, disse David.

Informações Guia do Carro/editado

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