Os preços do petróleo recuaram drasticamente nesta quarta-feira, 3, puxados por novas expectativas de um excesso de oferta após o verão no hemisfério norte, enquanto os operadores acompanham de perto a evolução das relações entre Estados Unidos e Rússia.
“O mercado está preocupado com a nova reunião dos membros da Opep+ [Organização de Países Exportadores de Petróleo e seus aliados] no domingo”, declarou o presidente da Lipow Oil Associates, Andy Lipow, à AFP.
Os operadores “se preocupam que a Opep+ possa considerar restabelecer a produção adicional após outra rodada de cortes voluntários”, acrescentou. No entanto, a Opep+ anunciou que vai aumentar sua capacidade de produção em 2,2 milhões de barris por ano.
“Alguns analistas estimam que a Opep+, e em particular a Arábia Saudita, afetará a cota de mercado de outros atores da indústria petrolífera” com esta atitude, avaliou Lipow. Até agora, “o mercado absorveu a produção adicional, mas grande parte dela foi armazenada”, ressaltou.
O preço do barril de tipo Brent, negociado em Londres para entrega em novembro, fechou em queda de 2,23%, a US$ 67,60. Por sua vez, seu equivalente americano, o barril de West Texas Intermediate (WTI) com vencimento em outubro, caiu 2,47%, a US$ 63,97.
No entanto, o risco geopolítico continua importante. O presidente americano Donald Trump, que se reunirá com seu par ucraniano Volodimir Zelensky na quinta-feira, afirmou que “coisas vão acontecer” se o presidente russo Vladimir Putin não atender a suas expectativas sobre a guerra na Ucrânia.
Segundo o analista Arne Lohmann Rasmussen, da Global Risk Management, ataques com drones ucranianos contra refinarias da Rússia deixaram fora de serviço até 20% da capacidade de refino russa.
*Agence France-Presse