Os preços do petróleo fecharam em queda nesta terça-feira, 26, afetados pela aversão ao risco nos mercados após a nova ofensiva do presidente Donald Trump contra o Federal Reserve (Fed, banco central americano), a poucas horas da entrada em vigor das tarifas impostas pelos EUA à Índia.
O chefe da Casa Branca intensificou sua campanha para tomar o controle do Fed, ao tentar demitir uma diretora do BC americano, o que aponta para um possível conflito legal e semeia dúvidas sobre a credibilidade futura desta instituição, central para a economia americana.
Após este ataque, analistas da Briefing.com descreveram “mercados perturbados” e “uma demanda renovada de valores de refúgio em um contexto de maior incerteza”.
O preço do barril de Brent do mar do Norte para entrega em outubro caiu 2,3%, a US$ 67,22. Já seu equivalente americano, o barril de West Texas Intermediate para entrega no mesmo mês recuou 2,4%, a US$ 63,25.
Paralelamente, “os ataques mútuos entre a Rússia e a Ucrânia continuam” e Kiev “cada vez mais toma como alvo as infraestruturas energéticas russas”, ressaltou o analista Carsten Fritsch, do Commerzbank.
Teoricamente, isto poderia diminuir as vendas de petróleo cru russo e afetar o abastecimento do mercado, pois Moscou é o terceiro produtor mundial de ouro negro. Mas “ainda não se observou nenhuma diminuição das exportações através dos portos do mar Báltico”, segundo o analista.
O principal fator altista no mercado petroleiro seriam sanções adicionais dos Estados Unidos à Rússia.
Além disso, a menos que haja uma nova prorrogação de última hora por parte do presidente americano, as tarifas cobradas pelos Estados Unidos sobre os produtos indianos deveriam aumentar 50% na quarta-feira, em represália às compras de petróleo russo.
Mas por enquanto “nada indica que a Índia tenha a intenção de deter suas compras, embora pareçam estar diminuindo”, destacou o analista-chefe da Global Risk Management, Arne Lohmann Rasmussen.
Na sexta-feira, Trump, que quer encontrar rapidamente uma solução para a guerra da Rússia contra a Ucrânia, disse que se daria um prazo de “duas semanas” para decidir sua política sobre o conflito.