Os preços do açúcar seguem pressionados há sete meses, com o mercado de Londres registrando nesta terça-feira a mínima de 4,25 anos. O movimento é reflexo da expectativa de maior produção no Brasil e de um cenário global de oferta mais robusta.
O contrato de açúcar bruto com vencimento em março de 2026 caiu 0,14 centavo de dólar, ou 0,9%, indo a 15,10 centavos de dólar por libra-peso, o menor preço desde junho. Em contrapartida, o contrato mais ativo de açúcar branco subiu 0,3%, para US$ 434,50 por tonelada.
De acordo com a Unica, a produção de açúcar no Centro-Sul brasileiro na segunda quinzena de setembro aumentou 10,8% em relação ao mesmo período do ano passado, somando 3,137 milhões de toneladas. O percentual de cana destinado à fabricação do adoçante também cresceu, passando de 47,73% em 2024 para 51,17% em 2025. No acumulado da safra 2025/26 até setembro, a produção da região chegou a 33,524 milhões de toneladas, alta de 0,8% sobre o ciclo anterior.
A consultoria Datagro projeta que, em 2026/27, a produção do Centro-Sul alcance um recorde de 44 milhões de toneladas, avanço de 3,9% na comparação anual. Já o BMI Group estima um superávit global de 10,5 milhões de toneladas em 2025/26. A Covrig Analytics, por sua vez, prevê excedente de 4,1 milhões de toneladas no mesmo período.
Outro fator que pesa sobre as cotações é a perspectiva de maior disponibilidade de açúcar na Índia. O país registrou chuvas de monções 8% acima da média até 30 de setembro, o que deve impulsionar a safra. A Federação Nacional das Usinas Cooperativas de Açúcar projeta produção de 34,9 milhões de toneladas em 2025/26, aumento de 19% em relação ao ciclo anterior. Esse volume vem após a queda de 17,5% registrada em 2024/25, quando a produção caiu para 26,2 milhões de toneladas, o menor patamar em cinco anos, segundo a Associação Indiana de Usinas de Açúcar (ISMA).
