Os preços do açúcar fecharam em alta nesta terça-feira, 25, influenciados pela desvalorização do dólar e pela continuidade da consolidação abaixo das máximas de um mês registradas na semana passada. O contrato de açúcar bruto com vencimento em março de 2026 fechou em alta de 0,09 centavo de dólar, ou 0,6%, indo a 14,91 centavos de dólar por libra-peso, ampliando os ganhos de segunda-feira. Por sua vez, o contrato mais ativo de açúcar branco subiu 0,7%, para US$ 427,90 por tonelada.
O mercado segue apoiado pela informação recente de que o Ministério de Alimentos da Índia estuda elevar o preço do etanol usado na mistura com gasolina, medida que pode incentivar as usinas indianas a direcionarem mais cana para etanol e menos para açúcar, reduzindo a oferta do adoçante.
As cotações também recebem suporte do anúncio feito em 14 de novembro, quando o governo indiano informou que permitirá a exportação de 1,5 milhão de toneladas de açúcar na safra 2025/26, volume inferior às estimativas anteriores de 2 milhões de toneladas. A Índia adotou um sistema de cotas para exportações a partir da safra 2022/23, após chuvas tardias reduzirem a produção e apertarem o abastecimento interno.
No campo baixista, a Organização Internacional do Açúcar (ISO) projetou, na última segunda-feira, um superávit global de 1,625 milhão de toneladas para 2025/26, revertendo o déficit de 2,916 milhões de toneladas estimado para 2024/25. Segundo a entidade, o excedente será impulsionado pelo aumento da produção na Índia, Tailândia e Paquistão. Em agosto, a ISO previa um déficit de 231 mil toneladas para o mesmo ciclo. A expectativa atual é de uma alta de 3,2% na produção global, atingindo 181,8 milhões de toneladas.
A perspectiva de ampla oferta global vem pressionando os preços desde o início de outubro. Em 13 de novembro, o açúcar branco em Londres atingiu o menor nível em 4 anos e 9 meses (SWZ25). Já em 6 de novembro, o açúcar bruto em Nova York caiu ao menor valor em 5 anos (SBH26), reflexo do aumento da produção brasileira e das discussões sobre superávit mundial. Em 5 de novembro, a trading Czarnikow elevou sua projeção de superávit global para 2025/26 para 8,7 milhões de toneladas, acima da estimativa de setembro, de 7,5 milhões.
A projeção de recorde de produção no Brasil também pressiona os preços. A Conab elevou, em 4 de novembro, a estimativa de produção de açúcar para 2025/26 de 44,5 para 45 milhões de toneladas. A Unica informou recentemente que, na segunda quinzena de outubro, a produção de açúcar do Centro-Sul cresceu 16,4% em relação ao ano anterior, totalizando 2,068 milhões de toneladas. A proporção de cana destinada ao açúcar no período subiu de 45,91% para 46,02%. No acumulado da safra até outubro, a produção da região alcançou 38,085 milhões de toneladas, aumento de 1,6% na comparação anual.
Com informações da Barchart


