“Por que não aumentar o etanol na bomba?”, foi o que disse o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, durante coletiva realizada na segunda-feira, 08, quando perguntado sobre a possibilidade de aumento da mistura de etanol na gasolina dos atuais 22% para 30%.
“Somos favoráveis ao aumento da participação do etanol. Etanol é, sem dúvida, um grande alternativa de descabornização. A maior participação do etanol no mercado é fundamental. Agora, se essa mistura trará reflexos na qualidade do uso, temos que lembrar que temos frotas antigas, motocicletas e vários veiculos que utilizam apenas gasolina, então a mistura do etanol precisa de um trabalho técnico detalhado. Gostaríamos que houvesse um trabalho muito técnico para ver os os reflexos disso”, comentou.
Ainda de acordo com ele, se o objetivo é aumentar o uso do etanol, seria muito mais fácil o governo incentivar o uso do etanol, que ainda é subutilizado no Brasil. “Ele não precisa ser apenas na mistura. Poderíamos ter políticas do governo para utilização do etanol. O consumidor quando chega no posto, muitas vezes, não sabe que quando ele opta pelo etanol ele esta contribuindo com o meio ambinte, esta gerando um processo de descarbonização e que o etanol tem uma pegada verdade muito importante”, disse.
Lima Leite também criticou as associações que tentam impor um modelo de descarbonização ao Brasil sem ir na raiz do problema. “Precisamos enfrentar o problema com menos powerpoint e mais realidade”, afirmou.
Para o presidente da associação das montadoras, não basta fazer projeções. Por isso, ele pretende que a Anfavea se mantenha unida na questão de uma política energética para a mobilidade brasileira. No momento, a associação está rachada. Stellantis e Volkswagen defendem o carro híbrido a etanol, a GM defende o carro 100% elétrico.
“Precisamos ter um foco absoluto”, disse Lima Leite. “Qual é a política em relação à infra-estrutura? Não temos? Então temos que criar”. Para o presidente da Anfavea, mais do que projetar cenários, as associações interessadas em qualquer solução de descarbonização devem colaborar com, estudos, iniciativas e parcerias.
Pensando nisso, a Anfavea promoverá em Brasília, no dia 14 de junho, o Summit Anfavea de Mobilidade Elétrica. Esse encontro será destinado à imprensa, ao governo, às lideranças estaduais e municipais, à academia e ao setor privado.
Haverá 50 veículos eletrificados expostos no local, desde automóveis de passeio como comerciais leves, caminhões, ônibus, máquinas agrícolas e componentes. Haverá painéis de debates para que os participantes considerem as alternativas que o Brasil tem para reduzir as emissões de CO2 no âmbito da mobilidade.