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Produção de açúcar e etanol cresce no Norte e Nordeste mesmo em condições climáticas desfavoráveis

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Com aproximadamente 59% da safra canavieira 2024-2025 já realizada nas regiões Norte e Nordeste, o processamento de cana atingiu 35,86 milhões de toneladas, 2,2% superior ao total em igual período da safra passada. Segundo a Associação de Produtores de Açúcar, Etanol e Bioenergia (NovaBio), a atual temporada agrícola, marcada pela ausência de chuvas regulares, chegará ao final com uma moagem menor do que a prevista, porém com uma concentração maior de Açúcar Total Recuperável (ATR) por tonelada de cana, matéria-prima transformada em açúcar e biocombustível.

“A pluviosidade irregular observada, pelo menos até este mês de dezembro, deverá diminuir a moagem total de cana em torno de um milhão de toneladas em relação ao volume projetado até o final desta safra, inicialmente estimado em 63 milhões de toneladas. Em compensação, a seca elevou o ATR, a riqueza da cana”, explica o presidente-executivo da NovaBio, Renato Cunha. Ele acrescenta, no entanto, que os níveis de sacarose extraídos da planta devem crescer em média entre 8 e 12 kgs/tonelada somente na região Nordeste. Por isso, a safra será um pouco menor, mas com a fabricação de produtos finais em maior volume do que no ciclo 2023-2024. A irregularidade das chuvas pode também incidir de forma mais acentuada no potencial de moagem da safra 2025-2026.

Dados da entidade, que reúne 35 usinas de processamento de cana em 11 estados brasileiros, revelam que a fabricação do etanol hidratado, disponível nas bombas para abastecer veículos flex, aumentou 27,9% atingindo 933,5 milhões de litros, contra 729,7 milhões de litros produzidos na safra passada. No mesmo período, a produção açucareira foi de 2,18 milhões de toneladas, superando em 18,2% os 1,84 milhão de toneladas no final de 2024. O Nordeste deverá continuar a exportar cerca de 62% de sua produção de açúcar, notadamente pelos portos de Maceió (AL), Recife (PE) e Suape (PE) e em menor escala, João Pessoa (PB) e Natal (RN).

Na produção de etanol anidro, que é misturado à gasolina, houve queda de 25,9% em comparação à safra anterior. Segundo Cunha, que também preside o Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Pernambuco (Sindaçúcar/PE), no acumulado da safra 2024-2025 contabiliza-se 561,2 milhões de litros, em comparação com os 756,8 milhões de litros fabricados no período 2023-2024.

“Esta queda reflete a imprevisibilidade das políticas de competitividade e precificação dos combustíveis no Brasil. Em um país que tem o potencial para liderar a transição energética global, cujas premissas básicas demandam soluções sustentáveis para o setor de transporte, é preocupante a falta de regras que garantam maior competitividade ao etanol de cana, de origem renovável”, ressalta o executivo da NovaBio e Sindaçúcar-PE. A produção total de etanol (anidro e hidratado) atingiu 1,49 bilhão de litros contra 1,48 bilhão fabricados no ciclo agrícola 2023-2024, aumento de 0,5%.

O estoque físico do etanol hidratado avançou 51,03%, com 261,8 milhões de litros ante 173,3 milhões de litros armazenados na moagem passada. Na soma total, contabilizando-se o anidro e o hidratado, o estoque cresceu 2,20%, totalizando 458,6 milhões de litros em comparação com os 448,7 milhões de litros da temporada 2023-2024.

A produção de cana por estado até 30 de novembro atingiu os seguintes patamares:

  • Amazonas 0,36 mi/t;
  • Maranhão 2,14 mi/t;
  • Pará 1,24 mi/t;
  • Piauí 1,13 mi/t;
  • Tocantins 2,25 mi/t;
  • Alagoas 9,10 mi/t;
  • Pernambuco 7,58 mi/t;
  • Bahia 4,41 mi/t;
  • Paraíba 4,33 mi/t;
  • Rio Grande do Norte 2,14 mi/t;
  • Sergipe 1,19 mi/t.

Total até 30 de novembro: 35,87 milhões de toneladas de cana.

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