A Raízen fechou a safra 2024/25 com receita líquida de R$ 255,3 bilhões, crescimento de 16% em relação ao ciclo anterior. Apesar disso, a companhia registrou prejuízo líquido de R$ 4,2 bilhões, revertendo o lucro de R$ 600 milhões da safra 2023/24. A geração primária de caixa caiu 55%, para R$ 3,3 bilhões, e o EBITDA ajustado recuou 26%, totalizando R$ 10,8 bilhões. A alavancagem financeira subiu de 1,3x para 3,2x o EBITDA.
O desempenho foi afetado por menor volume de produto próprio, clima severo que reduziu a produtividade agrícola, alta nos custos unitários e menor contribuição das operações de trading, especialmente no açúcar. A moagem caiu 7%, para 73,5 milhões de toneladas, e o rendimento por hectare recuou 11%, para 70 toneladas. O mix ficou equilibrado entre etanol e açúcar, refletindo restrições operacionais e de matéria-prima.
O etanol de segunda geração avançou 63%, com produção de 58,8 mil m³ e comissionamento de duas novas plantas. No setor de cogeração, o volume caiu 14%, mas os preços sustentaram parte da receita. Na distribuição de combustíveis no Brasil, os volumes se mantiveram estáveis, mas a rentabilidade foi pressionada por informalidade no mercado e competição intensa. Na Argentina, a companhia manteve crescimento de volume e expansão da rede Shell, apesar da inflação.
Para a safra 2025/26, a Raízen estima moagem entre 72 e 75 milhões de toneladas e vê cenário positivo para o açúcar, com 80% da produção já hedgeada a preços elevados. A expectativa é de recuperação operacional e maior rentabilidade, com redução de volatilidade no trading e avanço na eficiência industrial.