No início desta semana, uma área do Engenho Cumbe, pertencente à antiga Usina Cruangi, em Timbaúba, na Zona da Mata Norte de Pernambuco – no entroncamento dos engenhos Cumbe, Juliãozinho e Jussara – foi foi invadida por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
Na noite de segunda-feira, 03, 250 famílias do MST foram à sede de um dos engenhos da usina, montaram barracas e fixaram a bandeira do movimento. Segundo o MST, conforme divulgado no Jornal Nacional, a invasão marca o início da luta pela reforma agrária, chamada de abril vermelho.
O MST afirmou ainda que criadores de gado de corte estão usando as terras e impedindo que antigos trabalhadores e moradores da usina produzam no local.
A área de 800 hectares faz parte de três engenhos na Zona da Mata Norte de Pernambuco, onde antes havia a plantação de cana-de-açúcar. A terra foi desapropriada em 2013 pelo governo do estado. O MST alega que está improdutiva e que vai continuar com o acampamento.
Parte das terras que pertenciam à massa falida da Usina Cruangi, incluindo o parque industrial, foi arrendada pela Cooperativa do Agronegócio dos Associados da Associação dos Fornecedores da Cana-de-Açúcar (Coaf-Usina). Ao G1, a direção da Coaf-Usina informou que o terreno que corresponde aos três engenhos ocupados pelo MST – Cumbe, Jussara e Juliãozinho – que hoje pertencem ao governo do estado. As terras, segundo a entidade, são improdutivas.
Por telefone, o advogado da Usina Cruangi, Nicolas Coelho de Araújo, também disse que as terras não pertencem mais à empresa. “Essas áreas foram desapropriadas para outra finalidade, mas, na época, já havia pequenas invasões e a gente tinha sugerido que elas fossem destinadas às pessoas que estavam lá”, afirmou.
Ainda de acordo com o advogado, os engenhos estão sob a gestão do Instituto de Terras e Reforma Agrária do Estado de Pernambuco (Iterpe), que, em reunião com representantes do Grupo Cruangi, informou que vai destinar as três áreas para assentamentos de terra.
A Polícia Militar de Pernambuco disse que, nesses casos, só pode atuar com determinação da Justiça e, por enquanto, não há uma ação de reintegração de posse. O decreto de 2013, assinado pelo então governador Eduardo Campos, do PSB, declarou mais de 1,4 mil hectares na região como terras de utilidade pública, para fins de desapropriação. Na época, o governo estadual pretendia implantar um polo automotivo. O projeto acabou sendo transferido para o município de Goiana, a 70 quilômetros do Recife.
Com informações do G1
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