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Mais de 20 robôs que fazem controle de ervas daninhas atuam em usinas canavieiras
![](https://revistarpanews.com.br/wp-content/uploads/2025/02/Solix-Cana-03-scaled.jpg)
Com cinco usinas fazendo uso do Solix, a expectativa da Solinftec, desenvolvedora da tecnologia, é de expandir em mais 12 usinas cerca de 50 robôs
No ano em que celebra 18 anos de história, a Solinftec, empresa desenvolvedora de soluções de inteligência artificial, registrou um crescimento de quase 20% em 2024 e planeja expandir significativamente sua atuação com o lançamento de 500 novos robôs Solix AG Robotics até a safra 2025/26.
A companhia anunciou que alcançou mais de R$ 1,3 bilhão em captações, por meio de investimentos e CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio). A mais recente captação veio da YvY Capital, fundo de investimento focado na transição para uma economia verde, com foco em segurança alimentar sustentável, transição energética e economia de baixo carbono. Nesta rodada Série D, a Solinftec captou R$ 300 milhões, dos quais R$ 250 milhões já foram recebidos, com o restante previsto para o primeiro quadrimestre.
“Superar a marca de R$ 1,3 bilhão em captações reforça a confiança do mercado em nosso propósito de transformar a agricultura com soluções mais sustentáveis e produtivas”, destaca Britaldo Hernandez, CEO da Solinftec. “Desde que atingimos o break-even em 2023, seguimos no superávit, mesmo diante de desafios econômicos globais, especialmente no agronegócio.”
A Solinftec consolidou sua liderança no mercado, atingindo 90% de market share na cultura da cana-de-açúcar, com uma forte expansão de suas soluções agronômicas para maximizar a produtividade, reduzir custos e otimizar a gestão de processos. Segundo a companhia, com a expansão do uso das soluções do Programa Cana+ e Solix, que atualmente cobrem 20% do mercado devido ao seu recente lançamento, a expectativa é de crescimento no mercado cana.
“Temos uma linha de 18 produtos em cana, sejam de software, sejam hardwares. Quando falo de 90% de Share eu falo que 90 das usinas já usam a plataforma Solinftec para monitoramento de colheita, porém ela não utiliza ainda monitoramento de tratos culturais, de planto e de fertirrigação logística, porque foram produtos que surgiram recentemente, que estão no Cana+. Então quando eu olho esse marketshare de novas linhas de produtos, estamos falando de uma média de 30% ainda das usinas que são clientes e que tem outros produtos, então por isso que tem um mar gigante de expansão de produtos dentro da base de produtos que já nos conhece”, disse
A empresa já alcançou mais de 13 milhões de hectares físicos monitorados pelas Soluções Solinftec, com mais de 60 mil máquinas em campo, consolidando-se como o maior banco de dados agrícola e de equipamentos do mundo, impulsionado por inteligência artificial. Além disso, segue em expansão acelerada com o Solix, promovendo uma transformação significativa na agricultura global.
Cinco grupos canavieiros já usam o Solix
O Solix, robô autônomo movido a energia solar, é um dos pilares da inovação da Solinftec. Utilizando tecnologia baseada em inteligência artificial, visão computacional e aprendizado de máquina, o robô identifica pragas, plantas daninhas e doenças em tempo real, possibilitando aplicações localizadas de defensivos e reduzindo significativamente o uso de insumos químicos.
Hoje a companhia tem mais de 20 fazendas operando o robô Solix no Brasil e nos Estados Unidos. Os 150 robôs que estão no campo, já atuam em fazendas em Goiás, Mato Grosso, Bahia, Minas Gerais, Paraná, Maranhão e São Paulo em diferentes culturas. Em cana-de-açúcar, o robô opera em cinco grupos produtores, mas o plano, segundo Emerson Marcelo Crepaldi, COO da Solinftec, é expandir o uso do robô em 12 a 15 usinas ainda em 2025. “Hoje operamos com mais de 20 robôs em usinas e a expectativa é que em 2025 a gente passe de 50 a 60 robôs em operação nos canaviais.”
O sistema de reconhecimento por inteligência artificial (IA) do Solix permite que ele identifique, cheque e realize aplicações localizadas. O equipamento consegue atuar em canaviais de até 1,20 metros. De acordo com Crepaldi, o robô nas usinas mostrou que o melhor momento para o seu uso é pós-colheita. Assim que a tecnologia identifica a erva daninha, já começa o combate, seja em grama seda, amargoso ou braquiária. O equipamento tem uma capacidade de 180 litros de calda e também pode se auto abastecer nas estações de abastecimento. O robô pode percorrer de 10 a 15 hectares/dia, dependendo de como está a infestação do campo. Sendo assim, a cada 10 dias ele cumpre cerca de 150 hectares.
A companhia está no processo do desenvolvimento de outra aplicação para o robô: o controle de pragas. Hoje o Solix já consegue identificar as pragas que estão na lavoura, como, por exemplo, largartas, mariposas e cigarrinhas. “Consigo passar o mapa que estou tendo de infestação nesse talhão e qual é a conexão dele com o campo. Falo isso porque hoje o robô se conecta com as estações climáticas, então ele entende o comportamento daquela praga, sabe o momento que ela infesta, qual entrada do talhão e qual a posição no talhão, ou seja, eu consigo passar essa informação para o produtor tomar a decisão de aplicação. Além disso, tem o modo hunter, que está em validação. Essa aplicação permite, além de atrair a praga, matá-la com ondas de eletrochoque. Ou seja, identificando o inseto, o nível de infestação, para então caçá-la, evitando uma ovoposição. Então, para o levantamento de pragas, o Solix já está pronto, agora a caça do inseto vai funcionar como um acessório”, explicou à RPAnews Crepaldi.
Testes para esta aplicação já estão sendo realizados em cana-de-açúcar e a expectativa é que em 2026 a companhia tenha esse módulo disponível para o setor. No entanto, Crepaldi explicou que os estudos são complexos devido a existência de pragas de solo, como é o caso do sphenophorus na cana ou mesmo o bicudo do algodão. “Como vou tirar um sphenophorus do chão para poder atraí-lo? É complexo, mas existe um trabalho muito forte que estamos fazendo com as usinas para isso”, disse.
Os resultados do Solix incluem redução de herbicidas, melhora na saúde das plantas, desenvolvimento das raízes e vegetativo, aumento da quantidade de vagens e enchimento de grãos, resultando em maior produtividade. Em cana, foram observados redução de até 65% no uso de herbicidas em aplicações de pós-emergência.
“O Solix representa uma verdadeira revolução na agricultura, promovendo uma produção mais sustentável e eficiente. Nosso objetivo é colocar mais 500 unidades em operação até a safra 2025/2026, ampliando ainda mais o impacto positivo nas diferentes culturas”, Crepaldi.
Estratégia 2025 é expandir uso do robô
A Solinftec definiu sua estratégia para 2025 e os anos seguintes com foco na expansão do Solix nas lavouras do Brasil e dos EUA. A meta é alcançar 700 robôs em operação entre as safras de 2025 e 2026. “Estamos investindo significativamente no desenvolvimento e evolução do Solix, além de criar modelos de negócios escaláveis para atender diferentes perfis de produtores, com foco em maximizar a produtividade e reduzir os custos operacionais de maneira sustentável”, afirma Denis Arroyo, Vice-Presidente Global da Solinftec.
Em 2025, a empresa visa alcançar cerca de R$ 450 milhões em ARR acumulado, superando o crescimento de 2024 em todas as suas operações. No projeto Solix, a previsão é crescer 50% e dobrar essa operação no ano seguinte. “Nosso foco é inovar continuamente, com uma obsessão pela evolução das necessidades dos produtores no campo. Todas as nossas mais de 30 soluções nasceram dessa visão, e o Solix segue a mesma filosofia: solucionar os problemas no campo, contribuindo para a produção da alimentação mundial de larga escala e
sustentável”, conclui Britaldo Hernandez.
Natália Cherubin para RPAnews
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