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Rússia volta a atacar armazém de grãos na Ucrânia
Não houve feridos, mas ataques afetam rotas ucranianas de escoamento da produção
A Rússia voltou a atacar uma infraestrutura de armazenagem de grãos na região de Odessa, sul da Ucrânia, afirmam agências internacionais.
Moscou usou drones em ataques à noite a instalações ao longo do rio Danúbio, que Kiev tem cada vez mais usado para transporte de grãos à Europa, após os russos romperem um acordo de exportações pelo Mar Negro.
Segundo as agências, os armazéns e celeiros ficaram danificados, embora os serviços de emergência tenham conseguido apagar rapidamente os incêndios.
Por que o aumento da tensão no Mar Negro requer atenção?
ússia e Ucrânia estão em guerra há mais de um ano. Desde o seu início, o conflito militar trouxe uma série de incertezas na geopolítica e na economia global, já que os dois países são importantes atores internacionais em segmentos como energia e commodities agrícolas, especialmente milho e trigo. Pelo menos 30% das exportações globais dos dois cereais são de responsabilidade de russos e ucranianos. Este último ainda tem uma importante participação no mercado de óleo de girassol.
Com a escalada do confronto, ainda no ano passado, os preços de trigo no mercado internacional, referenciados na bolsa de Chicago (EUA) dispararam, à medida que aumentava a insegurança em relação ao quadro de oferta e demanda global. Na tentativa de conter esses efeitos, Rússia e Ucrânia negociaram com participação da Turquia e da Organização das Nações Unidas (ONU) um acordo para criar um corredor seguro de exportação de grãos ucranianos.
No entanto, meses depois, a Rússia anunciou que estava rompendo com o trato. E este é um dos principais pontos de atenção quando se fala nas consequências da guerra. Momentos que colocam em risco o abastecimento de commodities agrícolas e, por consequência, a segurança alimentar em algumas regiões do mundo, podem significar, a depender das reações do mercado, maior volatilidade nos preços internacionais.
Pelo menos até agora, as cotações internacionais de milho e trigo não reagiram de forma tão intensa ao curso da guerra como visto no ano passado. No dia que a Rússia anunciou a saída do acordo, inclusive, os principais contratos na bolsa de Chicago fecharam a sessão em queda. De qualquer forma, o trigo encerrou julho com alta de 3,2%.
Desde o fim do acordo, países da União Europeia chegaram a discutir uma saída para garantir as remessas de grãos ucranianos. De outro lado, o presidente russo Vladimir Putin chegou a anunciar acordos com países africanos que incluiriam doações de grãos.
Neste cenário, o recrudescimento de ações militares incluem ataques a navios, portos e silos que armazenam commodities agrícolas a serem exportadas pelo Mar Negro.
Globo Rural