A moagem de cana na segunda quinzena de outubro alcançou 31,11 milhões de toneladas no Centro-Sul, acima das 27,21 milhões observadas no mesmo período do ciclo 2024/25. O avanço, no entanto, não altera o cenário acumulado da safra 2025/26, que segue abaixo do ritmo do ano anterior: até 1º de novembro, foram processadas 556,03 milhões de toneladas, queda de 1,97% em relação às 567,18 milhões registradas no mesmo intervalo da temporada passada.
A UNICA informa que 242 unidades estavam em operação no fim de outubro — 222 dedicadas ao processamento de cana, dez produtoras de etanol de milho e dez flex. O número é menor do que as 251 unidades ativas no mesmo período do ano anterior. A segunda metade de outubro também marcou o encerramento da moagem em 54 usinas, elevando para 74 o total de unidades que já concluíram o ciclo. No ano passado, esse número era de 40. Segundo Luciano Rodrigues, diretor de Inteligência Setorial da UNICA, “na primeira quinzena de novembro, outras 50 unidades estavam programadas para encerrarem a moagem deste ciclo. Com isso, ao final da primeira quinzena de novembro, mais de 120 empresas devem estar com safra encerrada no Centro-Sul”.
A qualidade da matéria-prima permaneceu pressionada. O ATR médio da primeira quinzena de outubro foi de 151,56 kg/t, enquanto o acumulado desde o início da safra atingiu 138,32 kg/t, retração de 3,07% frente ao mesmo período do ciclo anterior.
Na produção industrial, a segunda metade de outubro resultou em 2,07 milhões de toneladas de açúcar, somando 38,09 milhões no acumulado do ciclo. O mix açucareiro recuou dois pontos percentuais na quinzena, caindo de 48,28% para 46,02%, movimento observado inclusive em polos fortemente açucareiros, como São Carlos, São José do Rio Preto e Piracicaba, onde a retração ficou entre 4 e 7 pontos percentuais, segundo Rodrigues. Com menor direcionamento para o açúcar, a produção de etanol cresceu na quinzena e totalizou 1,90 bilhão de litros, sendo 1,16 bilhão de hidratado (+14,05%) e 747,19 milhões de anidro (+14,90%). No acumulado da safra, o biocombustível soma 26,95 bilhões de litros (-6,91%), distribuídos entre 16,78 bilhões de hidratado (-9,19%) e 10,17 bilhões de anidro (-2,88%).
O etanol de milho manteve sua trajetória de expansão e respondeu por 21,57% do volume total da segunda quinzena, com 410,97 milhões de litros produzidos — alta de 8,85% sobre o mesmo período da safra 2024/25. Desde o início do ciclo, a produção a partir do grão alcança 5,27 bilhões de litros, avanço de 16,73%.
As vendas totais de etanol em outubro somaram 3,05 bilhões de litros. O anidro registrou aumento de 6,18%, alcançando 1,19 bilhão de litros, enquanto o hidratado recuou 5,18%, com 1,86 bilhão de litros vendidos. No mercado doméstico, o hidratado somou 1,79 bilhão de litros (-4,44%) e o anidro atingiu 1,17 bilhão (+7,74%). Desde o início da safra, a comercialização total chegou a 20,57 bilhões de litros — 12,84 bilhões de hidratado (-5,42%) e 7,72 bilhões de anidro (+4,67%).
No mercado de descarbonização, dados da B3 indicam que as emissões de CBios somaram 35,82 milhões de créditos em 2025 até 12 de novembro. O volume disponível para negociação entre distribuidores obrigados, não obrigados e emissores soma 30,51 milhões de créditos.

