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Açúcar

Safra mais alcooleira pode aumentar déficit de açúcar

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Após duas temporadas consecutivas de superávit mundial de açúcar, a safra 2019/20 pode registrar déficit.

O mix das usinas sucroenergéticas na safra 2022/23 tende a ser mais alcooleiro, o que poderia impactar ainda mais no déficit global de açúcar, de acordo com analistas do Itaú BBA.

Em  NY, a tela de maio de 22 encerrou na sexta-feira (11/4) em cUSD 20,31/lp, alta de 5,5% comparado com o início de março (11/3). Durante março, as cotações na maior parte do mês foram influenciadas pelos preços do petróleo e câmbio. Do lado dos fundamentos, o aumento da estimativa de produção da Índia e do volume de exportação, foram pontos baixistas ao longo das últimas semanas.

Na primeira semana de abril, com o início oficial da safra da região Centro-Sul com a remuneração de etanol maior do que a do açúcar, as cotações em NY voltaram a reagir positivamente. Ainda na região Centro-Sul, a Unica (União das Indústrias de Cana-de-Açúcar) divulgou o relatório com os números finais da safra 2021/22.

O volume de moagem atingiu 523,2 milhões de toneladas, queda de 13,6% frente a safra 2020/21. A redução na produtividade da temporada foi causada por diversos fatores como o extenso período de seca nas regiões produtoras, as geadas e os focos de incêndios nas áreas de colheita. Na produção de açúcar, a temporada 2021/22 encerrou em 32 milhões de toneladas, redução de 16,6% comparada com 2020/21.

Na Índia, o último relatório da ISMA (Associação das Usinas de Açúcar da Índia), aumentou as estimativas da safra 2021/22 (out/set) para 33,3 milhões de toneladas de açúcar, 7,1% acima da safra 2020/21.

O aumento na estimativa de produção deveu-se às boas condições climáticas nas regiões produtoras, o que levou o país a apresentar ganhos nas produtividades. Ainda segundo a associação, até o final de março foram produzidas 31 milhões de toneladas do adoçante, crescimento de
11,2% comparado com o mesmo período da safra anterior

Déficit de açúcar pode subir 

Para o mês de abril, o foco será na safra da região Centro-Sul (abr/mar), principalmente no início da colheita pelas usinas, que com as intempéries climáticas de 2021 atrasaram o desenvolvimento da cana e, para colher a planta com maior produtividade, as indústrias têm postergado a colheita.

Outro ponto importante a ser acompanhado neste início de temporada será o mix de produção das indústrias, pois o etanol tem melhor remunerado as usinas frente ao açúcar neste momento, e há espaço para produzir mais o biocombustível, visto que cerca de 70% do açúcar da safra foi fixado.

No entanto, de acordo com os analistas do banco, é válido ressaltar que normalmente o início da produção das usinas é voltado ao etanol por questões industriais, alta porcentagem de impurezas e ATR menor, que dificultam a produção de açúcar. Ou seja, será necessário entender o que é mudança de mix e o que é restrição de produção.

“Por outro lado, a estimativa de balanço global de oferta e demanda de açúcar continua em déficit, e caso o Brasil reduza a produção da commodity, seja por mudança no mix de produção ou menor volume de cana, impactaria diretamente no aumento do volume deficitário do adoçante”, afirmaram em relatório mais recente.

Ainda na região Centro -Sul, o volume a ser colhido durante a safra será importante, segundo o banco, pois mesmo com as chuvas no primeiro trimestre do ano favoráveis na maior parte das regiões produtoras fornecendo boas condições para recuperação da cana, há regiões menos favorecidas. “Além disso, caso a colheita da cana nesse estágio prematuro da planta seja feita, impactará diretamente na redução de produtividade”, disseram os analistas do Itaú BBA.

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