São Martinho projeta alta de 2% na moagem da safra 2022/23

A São Martinho, considerando suas expectativas em relação ao volume de cana disponível para processamento, projeta moagem de aproximadamente 20,3 milhões de toneladas de cana na safra 2022/23, o que significa um aumento de 2%, em relação à safra 2021/22.

Em divulgação do fechamento dos resultados do 4° trimestre da safra 2021/22, realizado ontem, 20, a companhia afirmou que a expectativa reflete, principalmente, os efeitos das condições climáticas ocorridas ao longo do período, especialmente neste início de ano, dado o baixo volume de chuvas, a menor intensidade de radiação solar e a queda relevante do ATR da cana em relação ao mesmo período da safra anterior, notadamente na região do Estado de São Paulo, onde há maior concentração de cana da Companhia, assim como grande parte da concentração de açúcar disponível na região Centro-Sul.

A projeção é de que o ATR (Açúcares Totais Recuperáveis) atinjam 142 quilos por tonelada de cana na safra 2022/23, o que representa um recuo de 3,2%. “Para a safra 22/23, e em linha com o guidance de produção divulgado pela Companhia, acreditamos que a oferta de produto, em ATR equivalente, deverá ser limitada, e a definição de mix possivelmente mais dinâmica, considerando o contexto de mercado, pelo qual, buscaremos a melhor rentabilidade entre os produtos”, disse a São Martinho.

Em um cenário de produção mais voltado para o açúcar, contando com 48% da matéria-prima, a estimativa da Companhia seria produzir 1,32 milhão de toneladas de açúcar e 875 milhões de litros de etanol. Já com um cenário de mix de produção máximo para o etanol, com 62% da cana destinada ao biocombustível, a fabricação de açúcar foi projetada em 1,04 milhão de toneladas, e do etanol poderá chegar a 1,055 bilhão de litros.

Na temporada 2021/22, a São Martinho produziu 1,3 milhão de toneladas de açúcar, 913 milhões de litros de etanol, com mix de produção de 47% para o adoçante e 53% para o biocombustível.

Investimentos sobem 6,4%

Quanto aos investimentos para a nova temporada, a São Martinho projeta cerca de R$ 2,6 bilhões, aumento de 6,4% no período. “Estimamos um aumento de aproximadamente 11,3% no capex de manutenção, somando cerca de R$ 1,8 bilhão, refletindo principalmente, os efeitos de variação de preços em insumos utilizados em nossas operações de plantio (renovação) e tratos culturais, assim como diesel no período”, disse.

O aporte relacionado à melhoria operacional deve chegar a R$ 234 milhões, montante 26,7% superior à safra passada. Na modernização e expansão para 2022/23, a companhia estima aproximadamente R$ 570 milhões, queda de 11,7%, que serão destinados principalmente para a planta de etanol de milho em Goiás, com R$ 400 milhões.

Final da safra 2021/22

Os dados de fechamento da temporada 2021/22, mostram que no quarto trimestre da safra a receita líquida da São Martinho apresentou crescimento de 28,5% (frente a igual período de 20/21) totalizando R$ 1.486,3 milhões, alavancado principalmente pelo maior
preço médio de comercialização de etanol (+52,7%) e açúcar (+30,0%).

No período acumulado, a receita totalizou R$ 5.764,7 milhões, representando um crescimento 33,4% vis-à-vis 12M21, devido aos mesmos motivos que afetaram o trimestre, além de receitas relacionadas à negócios imobiliários, e aos CBIOs comercializados ao longo da safra.

CBIOs

No quatro trimestre da safra 2021/22 foram comercializados cerca de 100 mil CBIOs, com preço médio líquido de R$ 72,9/CBIO (líquido de PIS/Cofins e IR de 15% – retido na fonte). No período acumulado da safra foram comercializados 1.127 mil CBIOs, com preço médio líquido de R$ 32,9/CBIO.

“Em 31 de março de 2022, a São Martinho possuía aproximadamente 249 mil CBIOs emitidos, porém ainda não comercializados”, disse a companhia em divulgação do resultados.

Natália Cherubin com informações da São Martinho