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São Martinho registra queda de 42,3% no lucro líquido no 2T23

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Com muita liquidez no caixa, São Martinho terá safra tranquila

A São Martinho, um dos grupos sucroenergéticos mais importantes do Brasil, registrou no segundo trimestre da safra 2022/23 (até 30 de setembro de 2022) um lucro líquido de R$ 212,6 milhões, uma queda de 42,3% em comparação ao mesmo período da safra anterior, quando registrou lucro líquido de R$ 368,41 milhões.

O lucro caixa somou R$ 318,2 milhões no 2T23, queda de 26,1% em relação ao mesmo período do ano passado. Já o EBITDA Ajustado, totalizou R$ 787,7 milhões no 2T23 (-0,3%), com margem de 49,7% no período.

A variação observada neste segundo trimestre de 2022 reflete, de acordo com a companhia, principalmente a evolução de preços médios de comercialização do etanol, que subiu 2,1%, e do açúcar, que teve alta de 26,7% e o menor volume comercializado de açúcar, que caiu 19,6% no período.

“No segundo trimestre da safra 22/23, a receita líquida da São Martinho apresentou crescimento de 11,2% frente a igual período de 21/22, totalizando R$ 1.584,7 milhões, resultado, principalmente, do maior volume de vendas de etanol, que cresceu 10,7%, com foco na comercialização para o mercado externo com maiores preços, além de preços maiores do açúcar. No acumulado do primeiro semestre, a receita da companhia somou R$ 3.292,1 milhões, representando um crescimento de 19,8% vis-à-vis ao mesmo período do ano passado, devido aos mesmos motivos que afetaram o trimestre”, disse a companhia em relatório de safra.

Em 30 de setembro de 2022, as fixações de preço de açúcar para a safra 22/23 totalizavam aproximadamente 480 mil toneladas de açúcar, a um preço de R$ 2.262 por t. Para a safra 2023/24, as fixações totalizaram, até o final de setembro, cerca de 373 mil toneladas de açúcar a um preço aproximado de R$ 2.312/t.

Moagem de cana teve queda de 9,3%

No primeiro semestre da safra 2022/23, a Companhia processou um total de 16,7 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, apresentando redução de 9,3% em relação ao volume processado no mesmo período da safra anterior.

“Essa redução reflete principalmente os efeitos das condições climáticas ocorridas ao longo dos
períodos – como clima mais seco, além dos efeitos das geadas (que ocorreram em julho/21 em parte dos nossos canaviais – afetando a produtividade de parte da área colhida na safra 2022/23)”, afirmou a São Martinho em relatório.

Houve também a postergação do início da moagem nas unidades Usina São Martinho e Usina Santa Cruz – que iniciaram a moagem na 2ª quinzena do mês de abril de 2022.

“Considerando a redução de 4,1% no nível de ATR médio (139,7 kg/ton), o total de ATR produzido neste primeiro semestre da safra resultou volume 13,0% inferior em relação ao mesmo período da safra passada”, afirmou a companhia.

Safra deve fechar menor

Para o fechamento da safra 2022/23, o guidance da companhia atualizado mostra uma redução de 1,4% na expectativa de moagem para a safra 2022/23, que agora passa a ser de 20.011 milhões de toneladas. O ATR médio também deve cair 1,3%, atingindo 140 kg/t ao final dos 12 meses de safra.

A atualização feita pela companhia reflete os efeitos das condições climáticas ocorridas ao longo da safra 2021/22, como a estiagem prolongada e as geadas ocorridas em julho de 2021, que impactaram a produtividade de parte da área colhida na safra 2022/23.

A produção d e açúcar deverá ser de 1.201 milhões de t e a de etanol deve bater 903 milhões de metros cúbicos, com um mix de 55% para etanol e 45% para açúcar. “O mix de produção revisado decorre das condições mercadológicas favorecendo a comercialização de açúcar em relação ao etanol”, afirmou a São Martinho, que deve gerar 736 mil MWh até o final da temporada.

A companhia deve ter uma redução de 1,4% na moagem para a safra 2022/23, que de atingir 20.011 milhões de toneladas (Foto: São Martinho/Crédito: RPAnews)

Cbios e investimentos

No 2T23 a São Martinho comercializou cerca de 64 mil Cbios, com preço médio líquido de R$ 71,0/Cbio. No período acumulado da safra foram comercializados 495,9 mil Cbios com preço médio de R$ 89,2/Cbio. Até 30 de setembro de 2022, a São Martinho possuía aproximadamente 137 mil Cbios emitidos, porém ainda não comercializados.

Em relação ao guidance de investimento para a safra 2022/23, a companhia revisou o capex de manutenção em 2,1% em relação as estimativas inicias, decorrente da variação de preços dos insumos utilizados no plantio (renovação) e tratos culturais, assim como diesel no período.

Quanto ao investimento dedicado à melhoria operacional, a São Martinho estima um total atualizado de R$ 237 milhões, 1,3% superior ao guidance publicado em 20 de junho de 2022.

Em relação a modernização e expansão a companhia estima um montante de quase R$ 790 milhões, um crescimento de 38,6%, contemplando novos investimentos aprovados para safra, incluindo o plano hídrico, flexibilização da produção de anidro em São Paulo e o plano de irrigação na Usina São Martinho.

“Todos os projetos apresentam taxa de retorno desalavancado próximo a 18% ao ano em média. As estimativas contemplam a planta de etanol de milho em Goiás, cujo investimento é próximo de R$ 400 milhões, e a UTE fase II, em São Paulo, que custará cerca de R$ 150 milhões. Com isso, o capex total foi revisado para aproximadamente R$ 2,9 bilhões”, afirmou a companhia em relatório de safra.

Natália Cherubin para RPAnews

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