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São Martinho tem quebra de safra, mas lucra R$ 368 milhões

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A São Martinho, assim como a maior parte do setor sucroalcooleiro do Centro-Sul, também lidou no segundo trimestre da safra atual (2021/22) com geadas consecutivas e incêndios acima da média nos canaviais. Porém, os preços elevados de açúcaretanol e energia garantiram resultado positivo à companhia, que lucrou R$ 368,4 milhões no período, aumento de 11% na comparação anual.

Todos os produtos vendidos registraram valorização de dois dígitos. O destaque foi o preço de venda do etanol, que subiu 68,2%, para R$ 3.284,50 o metro cúbico, com maior participação do etanol anidro. Os preços do açúcar e da energia cogerada do bagaço da cana também subiram mais de 40%. Com isso, a receita líquida da empresa subiu 54%, para R$ 1,4 bilhão, e o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado aumentou 65,9%, a R$ 790 milhões.

Mas a São Martinho não passou incólume pelas sucessivas intempéries e acabou encerrando ontem a moagem da safra com uma quebra de 11,7% no volume de cana, que ficou em 19,9 milhões de toneladas, 3,2% abaixo da estimativa. A produtividade ficou em 72 toneladas por hectare, o pior índice em dez anos, quando o cultivo na unidade Boa Vista estava pegando tração.

Três geadas consecutivas atingiram mais de 75 mil hectares de canaviais da companhia, que registrou 2.109 focos de incêndio nas lavouras, distribuídos nas quatro usinas, 10% acima da média. “Normalmente, quando se repetem os episódios [de geada], ela ocorre onde já geou, nos vales. Dessa vez [as novas geadas], ganharam altura e aumentou a área impactada”, afirma Fábio Venturelli, CEO da empresa.

A São Martinho buscou preservar os viveiros de mudas pré-brotadas para garantir o plantio da cana. Mesmo com as geadas, a climatização dos viveiros manteve as mudas vivas, que estão sendo plantadas nas linhas-mãe.

Os incêndios não chegaram a tomar proporções alarmantes ocorreu em outras usinas. Para evitar que isso ocorresse, a empresa mobilizou caminhões de combate a incêndios para cada frente de colheita, o que acabou aumentando os custos da operação.

Venturelli ressaltou ainda que a seca seguiu afetando as lavouras. “Como deixamos palha no campo, houve pouco transtorno às cidades. Quando a palha fica, a terra não sai voando”, disse, em referência às nuvens de poeira que tomaram conta de cidades próximas a canaviais no interior paulista.

A companhia ainda amargou custos maiores com insumos, sobretudo fertilizantes. Para a safra, a São Martinho aumentou em R$ 70 milhões o espaço no orçamento para investir em tratos culturais e buscar recuperar a produtividade nas próximas temporadas, disse Felipe Vicchiato, diretor financeiro e de relações com investidores.

“Acabamos gastando mais [com insumos] para não causar prejuízo para a lavoura. Se resolvêssemos tomar atitude de represar custo, frente a um canavial impactado, impactaria próximas safras”, argumenta Venturelli.

A companhia ainda segue construindo sua unidade de etanol de milho anexa à Usina Boa Vista, que deve demandar R$ 500 milhões em investimento no total e começar a operar no fim de 2022. Até o fim desta safra, a São Martinho deve investir até R$ 2,4 bilhões em projetos de crescimento industrial e manutenção de lavouras.

A empresa anunciou ainda que pagará R$ 507,5 milhões em proventos, ou R$ 1,465360168 por ação. O pagamento será feito no próximo dia 30 aos acionistas da companhia na data-base de 11 de novembro.

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