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Sob manejo de sequeiro, canavial dificilmente alcançará três dígitos de produtividade agrícola

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Inserção da tecnologia de irrigação na matriz produtiva das usinas e agrícolas será um dos temas debatidos durante o 6º IRRIGACANA, a ser realizado nos dias 28 e 29 de agosto, em Ribeirão Preto/SP

 O clima tem sido um fator de risco para os produtores de cana-de-açúcar do Centro-Sul nas últimas safras. As boas chuvas do ciclo 2023/24 proporcionaram recorde de produção, com 654 milhões de toneladas processadas na principal região produtora do país. No entanto, a possibilidade de novas estiagens assombra o setor, que já prevê impactos negativos na produtividade da safra atual.

Pesquisadora Científica do Centro de Biossistemas Agrícolas e Pós-colheita e Vice-Diretora Geral do Instituto Agronômico (IAC), Regina Célia de Matos Pires afirma que a morfologia da planta pode explicar essa preocupação. Segundo ela, a cana-de-açúcar possui uma espécie de mecanismo de defesa natural. Ao se deparar com um estresse hídrico, ela fecha seus estômatos – estruturas que garantem a realização de trocas gasosas – visando minimizar a perda de água.

No entanto, esse processo também impede a entrada de dióxido de carbono (CO2) nas células, diminuindo a capacidade da planta de fazer fotossíntese e, consequentemente, impactando seu crescimento e desenvolvimento. O grau dos danos dependerá do estágio fenológico do canavial no momento do estresse e de sua duração e intensidade.

Em áreas recém implantadas, um déficit hídrico acentuado pode reduzir a emissão de novos perfilhos e o enchimento dos colmos. Casos de estresses ainda mais severos podem até mesmo levar à morte precoce do canavial. Em áreas que aguardam colheita, a seca pode causar encurtamento dos entrenós e, consequentemente, quebras na produção final. “Por conta disso, canaviais de sequeiro dificilmente ultrapassam as 100 toneladas por hectare (TCH)”, observa Regina.

Para ela, a irrigação tecnificada surge como a principal ferramenta para solucionar esses problemas, mitigando os riscos inerentes ao clima e propiciando aumento de produtividade agrícola e longevidade das áreas. “Já visitei canaviais comerciais irrigados com produtividades muito acima das 200 TCH”, afirma Regina, que nos dias 28 e 29 de agosto será uma das moderadoras do 6º Seminário Brasileiro de Irrigação e Fertirrigação de Cana-de-Açúcar (IRRIGACANA).

Realizado pelo GIFC (Grupo de Irrigação e Fertirrigação em Cana-de-Açúcar) em Ribeirão Preto/SP, o evento deve reunir mais de 500 participantes, entre representantes de unidades bioenergéticas, produtores e produtoras rurais, pesquisadores e integrantes de empresas fornecedoras do setor, para discussão e troca de informações sobre a gestão eficiente do manejo da água e da fertirrigação em canaviais.

Serviço

Seminário Brasileiro de Irrigação e Fertirrigação de Cana-de-Açúcar (IRRIGACANA)

Data: 28 e 29 de agosto de 2024

Local: Multiplan Hall Ribeirão Shopping – Ribeirão Preto/SP

Inscrições abertas: https://forms.gle/LLT94pvHiXFpd5bw5

Mais informações: irrigacana@gifc.com.br ou www.irrigacana.com.br

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