Home Últimas Notícias Startup pernambucana transforma bagaço de cana em produtos de alto valor agregado
Últimas Notícias

Startup pernambucana transforma bagaço de cana em produtos de alto valor agregado

bagaço cana
Cana-de-açúcar é transformada em lignina, xilitol e sorbitol. (Foto/Divulgação)
Compartilhar

Uma pesquisa conduzida na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) deu origem a uma inovação promissora na área de biotecnologia. A startup pernambucana Biotec Tecnologia e Inovações, incubada no polo tecnológico da UFPE, está desenvolvendo soluções para transformar o bagaço de cana-de-açúcar em compostos de alto valor agregado, como xilitol, sorbitol e lignina, com aplicações nas indústrias farmacêutica, alimentícia, cosmética, química, automobilística, da aviação e da construção civil.

A engenheira química Santulla Bernardes, doutora em Engenharia Química pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), está à frente de uma iniciativa e lidera o desenvolvimento de processos que transformam esse resíduo. Em entrevista concedida ao Diário de Pernambuco, Santulla explicou que a ideia surgiu após mais de 15 anos de atuação no setor sucroenergético, período em que observou uma dor recorrente nas usinas: o acúmulo excessivo de bagaço de cana. “Apesar de parte ser utilizada para geração de energia, o potencial do resíduo seguia subaproveitado. E com a queda no valor da energia renovável no mercado, tornou-se urgente diversificar suas aplicações”, afirmou.

LEIA TAMBÉM: Fenasucro & Agrocana lança 31ª edição com destaque para novo espaço de conferência e exposição, FenaBio

A inquietação se transformou em tema de pesquisa durante o doutorado, sob orientação do professor Nelson Medeiros, no Departamento de Engenharia Química da UFPE. O projeto partiu da convergência entre conhecimento científico e demanda de mercado. “Desenvolvemos tecnologias capazes de transformar o bagaço em compostos com ampla aplicação industrial, atendendo a uma necessidade real do setor produtivo”, explicou.

A Biotec reúne uma equipe multidisciplinar com forte presença acadêmica e experiência no setor industrial. Estão no projeto a professora Yeda Medeiros Bastos Almeida, especialista em polímeros; o professor Marcos Antônio de Morais Jr., referência em genética de micro-organismos; e o engenheiro químico Adilson Nascimento, que atua como COO da empresa. Também participam o especialista em metabolismo microbiano Rafael Barros de Souza e o conselheiro técnico Sérgio Peres.

Além do bagaço de cana, a startup desenvolve tecnologias para aproveitamento de outras biomassas, como cavaco de madeira, casca de coco, bambu e palhas agrícolas. Os processos incluem pré-tratamento, extração, purificação e secagem dos compostos. “Nossa linha de pesquisa contempla a produção de xilitol, sorbitol, lignina, biogás, biometano, hidrogênio e SAF, sempre com foco na sustentabilidade e na inovação”, detalhou Santulla.

Entre os parceiros da pesquisa está a usina Trapiche, que forneceu o bagaço utilizado ao longo do doutorado. Segundo a pesquisadora, o bom relacionamento com o setor industrial foi essencial para a receptividade do projeto. “A Trapiche foi uma grande parceira. O apoio das usinas viabilizou a pesquisa e garantiu sua aplicabilidade prática.”

Com os processos já validados em escala laboratorial, a Biotec se prepara agora para avançar à fase de testes industriais. A startup já possui certificações internacionais, o que abre caminho para a comercialização dos produtos tanto no mercado interno quanto em países com exigências regulatórias mais rigorosas. “Nosso objetivo é consolidar a Biotec como referência nacional e internacional em soluções sustentáveis baseadas em ciência e inovação, com impacto positivo em escala global”, concluiu.

Com informações do Diário de Pernambuco
Compartilhar
Artigo Relacionado
Últimas Notícias

Trabalhador morre em acidente grave em colheita de cana na Usina São Martinho

Na manhã de hoje, 20, funcionário da Usina São Martinho, unidade Pradópolis,...

Após duas temporadas consecutivas de superávit mundial de açúcar, a safra 2019/20 pode registrar déficit.
OpiniãoAçúcarÚltimas Notícias

[Opinião] Açúcar: preços devem ficar entre 17 e 18 centavos, como um pêndulo

Surpreendentemente, o mercado futuro de açúcar em Nova York encerrou a semana...

Últimas Notícias

Demanda firme e estoques enxutos impulsionam venda de etanol hidratado

Na semana de 12 a 17 de maio, o mercado de etanol...

Últimas Notícias

Preços do açúcar cristal recuam com maior flexibilidade nas negociações

Na semana de 12 a 16 de maio, os preços médios do...