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Ações da Raízen podem ser bom negócio, diz XP

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A transição energética pela qual o mundo está passando, com maior valorização do uso de combustíveis renováveis, levou a XP a rever suas perspectivas para o segmento sucroenergético. A corretora prevê potencial de valorização de até 40% para ações da Raízen.

A explicação se dá pelas mudança nas perspectivas de oferta e demanda, uma vez que a produção brasileira de açúcar deve aumentar menos do que o esperado, e enquanto a Índia está passando por uma transição de apenas açúcar para um mix com etanol, mas principalmente devido à mudança mundial das fontes de energia, com a tentativa contínua de deixar os combustíveis fósseis para trás.

De acordo com a XP, a Raízen (RAIZ4) deverá ser a mais preparada e impactada positivamente devido à sua crescente participação de fontes renováveis ​​de energia. “A São Martinho (SMTO3) é mais rápida para capturar os efeitos de curto prazo dos preços mais altos das commodities, mas continua sendo o player mais cíclico, o principal motivo do nosso rebaixamento para Neutro. Já as ações da Jalles Machado (JALL3) apresentam um desempenho excessivamente inferior ao do setor e sua produção de açúcar orgânico reduz sua exposição ao ciclo, uma premissa fundamental quando os preços de açúcar e etanol se acomodam, embora sejamos da opinião de que uma menor liquidez pode afetar negativamente as ações”, afirmou a corretora em revisão.

Raízen com Compra

Com mix entre produção de açúcar, etanol e distribuidora de combustíveis, a Raízen está aproveitando a tendência positiva de curto prazo com preços mais altos de açúcar e etanol, o que impulsionou seu top e bottom line na temporada 2021/22 e também deve ser positivo para 2022/23.

De acordo com Pedro Fosceca e Leonardo Alencar, especialistas em Agro, Alimentos e Bebidas da XP, devido ao seu DNA comercial, não só a produção própria foi impactada positivamente, mas também a operação de revenda, uma vez que a Raízen também comercializa etanol e açúcar de outros players, proporcionando mais uma fonte de receita e um entendimento mais profundo da dinâmica do mercado. A distribuição de combustíveis teve uma forte recuperação pós-pandemia, mas há outros fatores que podem impactar seus resultados, nem todos positivos.

“O principal motivo de nosso otimismo, porém, está na capacidade de opcionalidade e arbitragem que a Raízen está construindo por meio de outras fontes renováveis ​​de energia (E2G, biogás, pellets, energia solar, bioeletricidade). Todas elas poderiam ter um papel transformador na empresa conforme o processo de transição energética em curso em todo o mundo avança. Estamos iniciando nossa cobertura do RAIZ4 com recomendação de compra e Preço-alvo de R$ 9.60/ação (40% upside). A RAIZ4 está sendo negociada atualmente a 7,0x EV/EBITDA para 23/22 vs. nosso alvo de 10,3x”, recomendaram os analistas.

São Martinho saiu de Compra para Neutro

A São Martinho é o player dentro da cobertura do segmento sucroenergético que está mais exposto a commodities, segundo a XP. Essa é uma das principais razões pelas quais os analistas acreditam que as ações da empresa superaram o setor, apresentando um desempenho impressionante de 37% no acumulado do ano (vs. RAIZ4 +10% e JALL3 -2%).

“Temos uma visão positiva da empresa, pois ela ocupa uma posição de referência no setor. No entanto, estamos prevendo um crescimento limitado dos resultados nos próximos anos aliado à acomodação das margens, embora ainda acima dos níveis históricos. Finalmente, acreditamos que as ações da SMTO3 já estão refletindo a maior parte do momento positivo para os players de A&A e, portanto, vemos capacidade de upside limitada”, afirmaram em análise.

 Jalles Machado é Top Pick

Para o Grupo Jalles Machado, a XP revisou o  preço-alvo de R$ 14,2/ação para Mar/22 para R$ 15,7/ação para Mar/23 e restabelecendo a empresa como sua top pick no setor de Açúcar e Álcool. De acordo com a XP, a companhia tem tido um desempenho irracionalmente inferior ao do setor, o que atribuímos à sua menor liquidez; preocupações com a potencial M&A prometida no IPO; e interrupções na cadeia de suprimentos afetando negativamente os embarques de açúcar orgânico no curto prazo, que os analistas esperam que sejam restabelecidos após menores restrições devido à pandemia.

“Acreditamos que a empresa poderia merecer um prêmio devido à sua posição de liderança global em açúcar orgânico, que traz menor volatilidade aos seus resultados, mas, em um cenário de alta de preços de commodities o upside do açúcar orgânico é menor. Vemos JALL3 atualmente sendo negociado a 4,5x EV/EBIT para 2022/2023 versus uma média desde 2014 de 9,8x para SMTO3 e nossa meta para JALL3 de 7,3x”, afirmaram os especialistas da XP.

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