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Triunfo Agroindustrial investe mecanização e tecnologia em busca de 1 milhão de toneladas de cana

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Áreas da usina Triunfo Agroindustrial, que parou de moer cana na safra 2014/15,  deverão produzir cerca de 550 mil toneladas que serão entregues para outras unidades em Alagoas

Foco na conservação de solo nas operações de fundação de canaviais, integrando a sistematização para colheita mecanizada, incorporação integral de remineralizadores de solo em áreas de renovação e expansão, uso de irrigação, mecanização, assim como a utilização de bioinsumos tem sido alguns dos cuidados que a Triunfo Agroindustrial vem realizando a fim de recuperar os canaviais, vislumbrando aumento de produção e reativação da sua indústria, que parou de moer cana na safra 2014/15.

A companhia, localizada no município Boca da Mata, Alagoas, foi fundada em 1950 por José Tenório e foi uma tradicional fabricante de açúcar e etanol, sendo a primeira usina da Região Nordeste a produzir açúcar orgânico. Ao longo dos anos em que operou, sua unidade industrial passou por várias modernizações e chegou a esmagar 12 mil toneladas/dia, cerca de 1,8 milhão de toneladas/safra.

A safra 2014/15, quando foi esmagada 1.509.464 toneladas de cana, marcou o início de um processo de suspensão da atividade industrial que se estende até os dias de hoje. A companhia entrou com um pedido de recuperação judicial em outubro de 2015 e, conforme nota divulgada na época, a crise econômica que castigou especialmente o setor sucroenergético, somada às dificuldades causadas pelas recorrentes secas, que fizeram reduzir drasticamente a produtividade dos canaviais, foram apontados como os motivos para desativação da indústria.

A companhia vem realizando uma evolução na sistematização de áreas irregulares em busca de viabilizar a colheita mecanizada.

Parte das áreas próprias e arrendadas da companhia foram destinadas a outras cultivos como grãos e pecuária de corte. No entanto, a companhia continuou produzindo cana-de-açúcar e fornecendo para outras unidades. Para a safra 2024/25 que se iniciou em Alagoas recentemente, cerca de 550 mil toneladas de cana serão entregues a usinas mais próximas, e a expectativa é de que a companhia atinja a produção de 1 milhão de toneladas de cana nos próximos anos.

Ademario Afonso Araújo Filho, atual superintendente Agrícola na Triunfo Agroindustrial, em entrevista à RPAnews, afirma que a companhia está atualmente passando por um processo de recuperação de sua unidade industrial e retomada de produção agrícola.

“Estamos em um processo de realização de atividades agrícolas que buscam o crescimento vertical da produtividade agroindustrial, contanto desde práticas de conservação de solo nas operações de fundação de lavoura, integrando totalmente a sistematização para colheita mecanizada, passando pela incorporação integral de remineralizadores de solo em áreas de renovação e expansão da lavoura, assim como a utilização de bioinsumos no processo de produção agrícola”, afirmou à RPAnews.

Companhia prioriza novos layouts de talhão para potencializar o rendimento operacional das colhedoras.

Mecanização tem sido prioridade na colheita e no plantio

Para garantir a brotação adequada dos canaviais, já que todo o plantio da companhia é realizado nos meses mais secos da região, entre outubro a fevereiro, a companhia faz 100% do plantio com auxílio de sistemas de irrigação. “Fazemos o plantio semimecanizado com uso de equipamentos que realizam desde as aberturas dos sulcos até a nivelamento (quebra lombo) numa única operação. Trabalhamos com uma densidade de gemas sadias que variam de 7 a 9 gemas por metro linear, com um consumo de mudas desde 7 a 9 toneladas por hectare”, explica Araújo Filho.

A Triunfo Agroindustrial também adota a operação de corte de soqueira para realizar a adubação sólida com macronutrientes sólidos e adubação líquida com micronutrientes e biológicos, assim como a utilização de calcário e gesso também em 100% das suas soqueiras. Ainda em tratos culturais e produção de matéria-prima, Araújo Filho conta que tem feito adubações foliares, bioestimulantes e hormônios vegetais buscando o crescimento do canavial.

Outra aposta da companhia para produzir cana-de-açúcar na região, é o investimento em irrigação. Assim como a área de cana-de-açúcar atual da Triunfo, a reincorporação de suas áreas próprias e de acionistas, hoje destinadas a produção de grãos e pecuária de corte –  que deverão totalizar algo próximo a 10 mil hectares – estão retornando gradativamente para o cultivo da cana-de-açúcar e sendo totalmente irrigadas. “Teremos irrigação de salvação e sistemas fixos. Hoje dispomos de 10% da área cultivada com Pivô Central fixo, 50% com pivô rebocável e 40% com o sistema de Hidrorrol”, revela Araújo Filho.

A companhia realiza o plantio semimecanizado de cana-de-açúcar, conquistando um baixo gasto de mudas, reduzindo custos na operação

Para monitoramento agronômico do canavial a companhia adotou as seguintes ferramentas:

1.Geração de diagnósticos de falha de plantio: a partir do processamento de imagens de drones por meio da Inteligência Artificial é realizada a reconstrução das linhas de plantio, além da detecção e classificação de falhas do canavial.

2. Controle de plantas daninhas: através de um sobrevoo de drones nas áreas a serem monitoradas são criados os mosaicos. A partir dos dados gerados a companhia otimiza as estratégias de controle de tomada de decisão, adaptando a sua melhor operação de controle, seja via autopropelido, drone ou outros equipamentos.

3.Monitoramento da lavoura via imagens: acompanhamento de toda a lavoura via imagens, levando em consideração as seguintes premissas: controle de água na lavoura, ferramentas de diagnósticos de fertilização, controle de sanidade, previsão de produção e sequência de colheita via maturação.

Embora muitos pensem que é impossível colher mecanicamente, as áreas onde a companhia produz cana passou por diversas adequações e sistematizações a fim de viabilizar a colheita mecanizada, com priorização de novos layouts de talhão para potencializar o rendimento operacional das colhedoras.

“A colheita mecanizada na Triunfo Agroindustrial iniciou os primeiros testes em meados de 1994 em parceria com a CRPAAA – Cooperativa Regional dos Produtores de Açucar e Álcool de Alagoas. Esses testes ocorreram até 1997 com as colhedoras Class. A partir de 1997 o processo seguiu com as colhedoras Amazon até meados de 2001 sendo substituídas pelas colhedoras Cameco. Em 2009 as colhedoras Amazon foram substituídas pelas colhedoras Santal até o início de 2013 pelas colhedoras Case 8800. Atualmente, sua área cultivada de cana própria permite 100% de mecanização em sua colheita, onde buscamos potencializar o máximo de colheitabilidade nas reformas e expansões, adequando os novos projetos de plantio. Estamos todos muito empenhados e engajados para executar nosso plano diretor, dando continuidade a uma história de sucesso calcada no empreendedorismo, liderança em tecnologia e atendimento com excelência a nossos clientes e colaboradores”, concluiu o superintendente da Triunfo.

Natália Cherubin para RPAnews

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