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Usina da Cofco, em parceria com Wolk, inicia projeto para controle de tratos, preparo e plantio de cana

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A Cofco, grupo sucroenergético detentor de quatro usinas no Estado de São Paulo, em parceria com a Wolk, empresa que atua há 10 anos na automatização de processos agrícolas, está desenvolvendo uma prova de conceito (POC) de uma tecnologia para controle de processos da fase de trato, preparo e plantio da cana-de-açúcar. A tecnologia está sendo testada inicialmente em na unidade de Potirendaba (SP).

A expectativa da Cofco é que o projeto gere redução de custos. Hoje, a companhia planta cana-de-açúcar em cerca de 180 mil hectares e mói, em suas quatro unidades, 15 milhões de toneladas por ano, com um custo de operação que chega a R$ 800 milhões por ano.

Em entrevista concedida ao portal AgTechGarageNews, Rogério Nicola, gerente de Tecnologia e Automação Agrícola da Cofco disse que se houver uma economia de parte do percentual dos custos, o projeto já se paga e vale a pena. “Estamos falando aqui de uma iniciativa para controle do risco operacional que é muito relevante para nós”, disse à repórter do AgTech GarageNews.

Segundo Luiz Cláudio Brito de Lima, CEO da Wolk, a expectativa é de uma redução de custo da casa de 5%, o que ficará mais claro conforme o projeto avança.

Nicola lembra que o grande desafio tecnológico do setor sucroalcooleiro na última década foi a mecanização da colheita, depois, o controle das operações envolvidas neste processo e afirma que, agora, há espaço para olhar outras frentes. “Existe um vácuo de solução no mercado para os tratos culturais, preparo e plantio. Hoje temos muito pouco controle do que sai de produto pronto das usinas e o que é aplicado no campo, em termos de fertilizantes e defensivos agrícolas”, explica. Das usinas centralizadoras da Cofco, onde os produtos são preparados, até o local de aplicação no campo há um raio de 40 km. No trajeto de ida e volta do caminhão e abastecimento dos pulverizadores a campo, as empresas do setor têm ficado no escuro.

Qualidade na aplicação

“Se eu carrego X litros de calda na central, esse caminhão começa a andar e eu tenho que chegar na lavoura com esse volume. Depois, garantir que a entrada se deu num trator da Cofco e que vai se esvaziar em uma propriedade da Cofco. No fim do processo, a calda excedente precisa ainda voltar para a central e ter um descarte ambientalmente correto”, detalha Nicola.

O que vai permitir esse controle são medidores de nível de tanque e fluxômetros controladores de vazão, além de um dispositivo da Wolk instalado conectado à internet que transmite as informações para a central da usina. A solução de internet das coisas (IoT) auxiliará no controle de preparo e distribuição de fertilizantes e defensivos, aumento da qualidade de aplicação, certificação digital de processos e controle da destinação final de resíduos.

Nicola compara a complexidade do projeto ao que significa fazer um túnel na construção civil. “Apostar nesse projeto não é tentar duplicar uma pista na rodovia, é fazer um túnel. Se der certo, teremos que instalar sensores em cerca de 400 máquinas, que rodam entre as quatro usinas”, diz o gerente da Cofco.

Para a Wolk, além da implantação no campo, o projeto demanda adicionar um novo módulo na sua plataforma AG4, para atender tanto produtores de qualquer cultura quanto fabricantes de fertilizantes e químicos, que podem passar a ter o controle de nível dos tanques dos clientes, a fim de automatizar pedidos de compra e otimizar os tempos de entrega. O desenvolvimento é todo de responsabilidade da startup, que obteve um adiantamento no valor do contrato de prestação de serviços com a Cofco para custear a POC. A ideia é que quando a solução for escalada, o adiantamento vá se diluindo na mensalidade de prestação de serviços ao longo dos primeiros meses.

Fonte: AgTechGarageNews – Marina Salles

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