O conselheiro da Usina Jatiboca, Luiz Custódio, descartou qualquer possibilidade de venda da unidade de Urucânia (MG) e negou que a empresa tenha decretado falência, em entrevista ao Diário do Comércio. Segundo ele, a decisão de encerrar as operações em novembro ocorre porque a companhia ainda possui recursos para indenizar os trabalhadores e quitar compromissos com fornecedores.
A usina, tradicional produtora de açúcar e etanol na Zona da Mata, emprega cerca de 1.100 pessoas de forma direta e quase dois mil no período da safra. Custódio afirmou que os principais desafios enfrentados pela empresa são a escassez de mão de obra para o corte manual, que já chega a 300 trabalhadores em falta nesta safra, e a baixa produtividade da região: “A usina tem condições de moer 900 mil toneladas de cana por safra. Nós terminamos a última com 480 mil toneladas”, disse ao jornal.
Ele acrescentou que o patrimônio da companhia é três vezes superior ao passivo e que serão necessários R$ 30 milhões para arcar com os direitos trabalhistas, valor garantido com recursos em caixa e estoques que ainda serão vendidos. Caso seja necessário, a empresa também poderá alienar alguns equipamentos para garantir a quitação das obrigações com fornecedores. “A usina nunca deixou de pagar funcionários ou fornecedores e asseguramos que todos serão indenizados”, afirmou.
O executivo também confirmou que houve sondagens de empresários interessados, mas os acionistas não pretendem vender. “Chegaram a oferecer um real para assumir a planta, mas não acreditamos que exista quem queira comprar uma empresa sem futuro”, declarou.
Na quarta-feira (29), representantes da usina, sindicatos, prefeitos e deputados participaram de uma reunião mediada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Um novo encontro deve definir se o fechamento ocorrerá em 15 de novembro ou se haverá algum adiamento. Ainda de acordo com Custódio, a continuidade das operações dependeria de apoio dos governos estadual e federal.
