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Opinião: Cana em São Paulo gasta cada vez mais e entrega cada vez menos

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Tive a curiosidade de comparar as linhas de tendência de produtividade agrícola de 4 culturas no Estado de São Paulo nos últimos 24 anos a partir dos fechamentos anuais da CONAB. Comparei cana com milho, soja e café.

O gráfico que obtive me foi uma bordoada:

 

Enquanto estamos evoluindo na produtividade paulista de café, soja e milho, estamos decaindo na de cana.

Onde estão os resultados de mais de 2 décadas em investimentos em variedades de cana mais produtivas, em novos fertilizantes – especialmente os foliares -, em novas práticas de preparo de solo, de plantio e de tratos de cana planta e soca?

Pergunto isso porque, quando assisto aos diversos eventos técnicos do nosso setor – e cada vez há mais eventos -, brinco de fazer os cálculos de qual produtividade agrícola iremos atingir somando os ganhos de todas as recomendações técnicas que foram apresentadas. Na calculadora, ultrapasso facilmente as 200 toneladas por hectare!

E o discurso dos canaviais de 3 dígitos?! Só se for os dos experimentos…

Brincadeiras à parte, na prática estamos descendo o escorregador da produtividade agrícola em média 0,3% por safra!

Quais são os erros que explicam este desastre fitotécnico? E não me venham dizer que não há erros, que tudo é uma questão de clima, porque o mesmo clima afetou igualmente as outras 3 culturas.

Porém, não se pode dizer que é um crescimento vertiginoso, afinal são 0,16% ao ano.

Meu objetivo com esta provocação é de que, depois de duas safras de margens muito boas para as usinas (2023/2024 e 2024/2025), vamos sair desta safra com margem bem apertada e entrar numa nova safra que, pelas projeções atuais, será daquelas que, no futuro, vamos querer esquecer. Igual às safras 2022/2023, 2018/2019 e 2015/2016…

É hora de minimizar custos, despesas, investimentos… e sobreviver.

Tome muito cuidado com o “canto da sereia” de consultores agronômicos, vendedores de pó de pirlimpimpim e mágicos de planilhas de plantão. Afinal, cautela, caldo de galinha e Fluxo de Caixa preservado não fazem mal a ninguém!

*Ricardo Pinto é engenheiro agrícola (Unicamp), mestrado em Agronomia na ESALQ/USP e doutorando na Faculdade de Engenharia Agrícola da Unicamp e CEO da RPA Consultoria 

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