Home Bioenergia Vitória de Biden deve ser positiva para o RenovaBio
BioenergiaDestaqueMercadoNegócios

Vitória de Biden deve ser positiva para o RenovaBio

Compartilhar

Por Natália Cherubin

A confirmação da eleição do candidato democrata Joe Biden no Estados Unidos deve vai trazer grandes impactos para o futuro do agronegócio brasileiro, no que diz respeito a relação entre Estados Unidos, Brasil e China, e nas questões ligadas ao desmatamento na Amazônia e a mudança do clima, temas fortemente abordados durante a campanha de Biden.

Para Haroldo Torres, economista e gestor de projetos do Pecege, mesmo com a eleição de Biden, os Estados Unidos continuarão sendo o maior concorrente do agronegócio brasileiro.
“A discussão central é que mesmo com o Biden não vai ser moleza. Teremos incerteza e competitividade. Conselho: cautela. A gente precisa ter cautela, mais produtividade, com rentabilidade e sustentabilidade”, adiciona.

A posição do novo governo sobre os chineses ainda é uma incógnita, segundo Torres. E o candidato democrata pode endurecer o discurso ambiental sobre o Brasil.

“Os democratas são mais sensíveis a questões ambientais, diretivos humanos, tem como foco a recuperação do PIB com metas da chamada economia verde. Mas independentemente do cenário, o agronegócio brasileiro já entendeu que a questão ambiental é fundamental para o negócio. O que vamos tirar dessa eleição é o papel da sustentabilidade e das questões ambientais”, afirma.

O Brasil ainda leva vantagem sobre os produtores americanos em aspectos como a produtividade e custo na exportação para a China. “O governo Biden pode favorecer a compra de grãos pelos chineses. Poderemos ter um impacto em grãos, mas as relações comerciais e investimentos como um todo não devem mudar. Na minha visão, a vitória do Biden abre espaço para o Brasil ampliar as negociações com o país”, afirma Torres.

RenovaBio pode ser beneficiado

O maior impacto para o Brasil será na questão da sustentabilidade. De acordo com Torres, o país precisa se reafirmar como grande exportador de commodities, contudo, sob novas normas ambientais.

Uma das políticas a ser adotada pelo Biden é a de promoção de uma economia de baixo carbono. Neste sentido, o RenovaBio ganhará força. Na opinião de Torres, o Brasil poderá caminhar no médio e longo prazo para um mercado cada vez mais global.

“Precisamos pensar já em atrair não residentes para o RenovaBio, bem como pensar em um processo de fundibilidade com outros programas. Só que mais do que isso, é importante ter a economia americana apoiando iniciativas como essa e que gerem valor do ponto de vista da sociedade, como é o caso do RenovaBio. É um caminho sem volta e acreditamos que o RenovaBio tende a ser um dos catalizadores dessa economia de baixo carbono. Com o Biden retornando ao Acordo de Paris, temos um fortalecimento deste movimento que tinha ficado para traz com o Donald Trump”, afirma Torres.

Com isso, o cenário para o segmento canavieiro fica bem positivo. “Para o setor, os EUA não competem em produção de açúcar conosco e por outro lado, embora tenhamos competição com relação ao etanol de milho, não vejo um ponto negativo. Teremos fortalecimento neste momento de começo do RenovaBio”, conclui Torres.

Para Marcos Sawaya Jank, professor senior de agronegócio global do Insper, que os biocombustíveis brasileiros, como o etanol de cana-de-açúcar e o biodiesel de oleaginosas, podem ganhar bastante espaço na agenda internacional com a adesão dos EUA ao Acordo de Paris e a renovada pressão pela substituição de energias fósseis por energias renováveis.

“Vale lembrar que 73% das emissões de gases de efeito estufa responsáveis pela mudança do clima vem do setor de energia e transportes, e menos de 7% de desmatamento e mudanças no uso da terra”, afirmou Jank em artigo publicado no portal da Veja.

Compartilhar
Artigo Relacionado
DestaqueÚltimas Notícias

Curativo à base de cana-de-açúcar ajuda na recuperação após cirurgia de varizes

Pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) desenvolveram um curativo feito a...

DestaqueÚltimas Notícias

Petrobras aprova projeto que vai capturar e armazenar 100 mil t de carbono por ano

A Petrobras anunciou nesta quarta-feira, 17, a aprovação da construção do Projeto...

Brasil
DestaqueÚltimas Notícias

Agência americana propõe realocar mandatos de biocombustíveis para grandes refinarias

A Agência de Proteção Ambiental americana (EPA, na sigla em inglês) propôs...

DestaqueÚltimas Notícias

Há boa vontade de Motta com pacote contra fraudes em combustíveis, diz Arnaldo Jardim

O vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) na Câmara dos Deputados,...