Destaque
Reativação de usinas paradas pode ser realidade já nas próximas safras
Depois de um 2019 com recorde de usinas entrando em recuperação judicial, as próximas safras podem ser marcadas pela reabertura de algumas dessas unidades. No entanto, a situação ainda muda pouco em 2020. A informação foi dada por Ricardo Pinto, Sócio Diretor da RPA Consultoria.
Segundo ele, a tendência é crescer o número de reativação de boas usinas que estavam paradas ou boas usinas em situação financeira ruim trocando de mão, principalmente aquelas em RJ.
“Se os juízes definirem como UTIs que estas usinas vão para leilão, devemos ter um crescimento de unidades viáveis em regiões de menor competição por cana e por terra. Sendo assim, existe sim uma boa possibilidade, eu diria que nas próximas duas a três safras, de termos reativação ou ligamento de parte das usinas que foram desativadas e desligadas”, explica.
Pouco muda em 2020
Ricardo não vê um cenário de mudanças radicais no ano que acabar de chegar em comparação com o passado. “Digo que falar de 2020 é falar no curtíssimo prazo. Sendo assim, esperamos poucas mudanças. Um cenário de preços não tão diferentes com relação a 2019/20. A produtividade agrícola não tão diferente, com canaviais ainda envelhecidos e usinas brasileiras ainda enfrentando problemas de liquidez, caixa. Ou seja, para 2020/21 não esperamos muitas mudanças” relata.
Fases da retomada na cana
Na primeira fase, segundo dele, as usinas que estão com mais capacidade de moagem do que tem de cana devem recuperar seus volumes. Essa fase vai acontecer entre 2020/21, 2021/22 e 2022/23. “Acredito que nos primeiros três anos teremos os grupos mais saudáveis enchendo sua capacidade de cana. Isso porque estão com as indústrias ociosas, ao redor de 20%. Junto com essa primeira fase, mas acontecendo em pararelo e durando ainda não só as três primeiras safras, mas talvez das até cinco, a recuperação de unidades que estavam desligadas ou paradas concomitantemente ao crescimento da produção de cana-de-açúcar.”
Em uma terceira fase, ele complementa, que deve começar a partir da safra 2023/24, surgirão alguns novos projetos. “Falando até 2023/24 a 2028/2029/30, voltaremos a ter greenfields, onde há espaço, onde há perfil de custo de terra menor, agora aliado com a disponibilidade de água para a irrigação, próximos de novos portos. Hoje, o açúcar praticamente só sai por Santos, teremos novas oportunidades. Será um novo momento”, finaliza.
Cadastre-se e receba nossa newsletter