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Usina busca alongar vencimento de dívida de R$ 1,65 bilhão
A produtora brasileira de cana-de-açúcar Usina Coruripe está em negociações finais com os bancos credores para alongar o prazo de vencimento de R$ 1,65 bilhão em empréstimos para garantir liquidez de curto prazo após a pandemia de coronavírus causar o colapso das vendas de etanol.
A empresa com sede em Alagoas está renegociando um empréstimo sindicalizado com oito bancos, liderados pelo Rabobank e pelo Itaú, para alongar os vencimentos em cinco anos. Nos termos atuais, a empresa teria que pagar um terço da dívida até março de 2021, disse o diretor financeiro de Coruripe, Thierry Roland Soret, em entrevista à agência de notícias Bloomberg. A extensão reduziria em 70% o valor a ser pago na safra atual e nas próximas duas, disse ele.
Desde que a pandemia chegou ao Brasil em meados de março, o consumo de combustível caiu drasticamente, pressionando os preços do etanol nas usinas. O tombo global dos preços do petróleo piorou a situação para o setor de etanol e, em 3 de abril, a S&P Global Ratings adotou ações negativas na classificação de risco de crédito de seis produtores brasileiros de cana-de-açúcar para refletir os crescentes desafios.
A Coruripe, que esmaga cerca de 15 milhões de toneladas de cana por ano, também está negociando novas linhas de crédito no valor de R$ 340 milhões com o BNDES, que pode apoiar o plantio de cana e outros custos operacionais, disse Soret.
A extensão dos empréstimos bancários poderá ser concluída nos próximos dias. A empresa pagou no dia 14 de maio R$ 92 milhões de juros de um título no mercado local, conhecido como CRA, de vencimento nesta semana e em 19 de maio. “Todos os pagamentos serão honrados pela empresa,” disse ele.
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