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Odebrecht trouxe “relação lobista contaminada” para setor sucroenergético

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Em meio aos escândalos das delações da Odebrecht, professor da Universidade de São Paulo, critica envolvimento do setor sucroenergético: “setor não precisa deste tipo de relação lobista contaminada”.

Envolvidos dos pés à cabeça nas investigações da Operação Lava-Jato, os executivos da Odebrecht realizaram uma série de delações onde explicitaram como funcionava a influência da companhia no governo. A Odebrecht movimentava grandes somas de dinheiro por meio de propinas e doações, legais e ilegais, para campanhas e, assim, criou uma rede de favorecimentos.

Um dos pontos levantados pelo presidente afastado da companhia, Marcelo Odebrecht, é que ele teria levado pleitos do setor ao então Ministro da Fazenda, Guido Mantega, e, inclusive, alinhado’ os técnicos do governo com a União das Indústrias de Cana-de-Açúcar (Unica).

Essa associação entre Odebrecht e as demandas do setor foi vista como uma “relação lobista contaminada” pelo professor Marcos Fava Neves, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP). De acordo com ele, em artigo publicado pela União dos Produtores de Bioenergia (Udop), a associação do presidente da Odebrecht e a exigência de contrapartidas governamentais às demandas das companhias sucroenergéticas pesam como um “fato negativo” ao setor.

Entre os pleitos mencionados por Marcelo Odebrecht está o pedido pela volta da cobrança da Cide, no qual ele teria se envolvido por meio de diversas conversas com Mantega e com a contratação de um estudo da FGV em conjunto com a Unica. A entidade confirma que apresentou um levantamento ao ministério, mas garante que o estudo foi pago com recursos da Unica. Sobre o lobby de Odebrecht a entidade não se manifestou.

Além disso, Odebrecht também teria interferido no que chama de ‘pacote do etanol’, que envolve a redução das alíquotas de PIS/Cofins aos produtores do biocombustível. Nesse caso, ele teria sido beneficiado por seu acesso facilitado ao ministro e pela posição de grande doador eleitoral.

“Vamos supor que a Odebrecht não estivesse no setor do etanol. Provavelmente, por mais legítimo que tenha sido isso aqui [a influência no ‘pacote do etanol’], era capaz de sem o acesso que eu tinha a ele, isso aqui não ter saído”, afirmou Marcelo Odebrecht em delação. (Nova Cana)

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