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Mercado mais aquecido para frete agrícola no início de 2018

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Os fretes para os produtos agrícolas devem ter, ao longo do próximo ano, comportamento não muito diferente do visto em 2017, à exceção do começo de 2018 quando o transporte de grãos e açúcar deve ficar mais aquecido.

Segundo cálculos do EsalqLog, grupo de pesquisa e extensão em logística da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, o frete dos grãos deve alcançar patamares mais elevados no começo de 2018, mas o movimento deve perder força a partir de maio. A expectativa é que as pressões diminuam com o passar dos meses até chegar a reajustes negativos no segundo semestre.

Segundo os pesquisadores, o atraso no plantio de soja da safra 2017/18 em decorrência de problemas climáticos deve causar um aquecimento nos preços do frete no começo do ano, com o pico em abril. Mas haverá um resfriamento depois disso. “A soja deverá ser colhida em menor espaço de tempo e para tirá-la das fazendas, os produtores terão que pagar mais pelo frete. Como o mercado agora está aquecido, porque ainda estamos escoando açúcar e milho, os valores irão subir, com o pico calculado para abril”, afirma Samuel da Silva Neto, economista e pesquisador da EsalqLog.
Conforme as estimativas, o valor do transporte entre Sorriso, principal cidade produtora de soja do país, e Rondonópolis, onde fica o terminal de transbordo ferroviário de Mato Grosso, será de R$ 120,48 por tonelada, 22% mais que no mesmo mês de 2017.

Depois desse período, os preços tendem a arrefecer, caindo a partir de julho. O principal motivo é que a demanda para transporte de milho deve ser menor. “O mercado espera uma queda na produção de milho de inverno (safrinha), e a necessidade de caminhões e vagões será menor, por isso essa redução nos preços”, diz.

Além disso, segundo Silva Neto, o milho produzido na safrinha deve ficar apenas no mercado interno, o que historicamente não pressiona o preço dos fretes. Como decorrência desse quadro, o valor previsto para o transporte de milho entre Sorriso e Rondonópolis em novembro é de R$ 110, queda de 8% em relação ao mesmo período do ano passado.

O comportamento da safra de grãos também vai influenciar os valores do frete para insumos. Diante de uma expectativa de queda da safrinha de milho, haverá menor necessidade de defensivos e fertilizantes no começo do ano e isso reduzirá a demanda por caminhões, ao contrário do que ocorreu neste ano.

A escala de compra dos insumos também deverá ser mais alongada a não ser que os preços do milho deem um salto e os produtores mudem sua estratégia. “Não vemos mudanças bruscas ocorrendo”, resume Nathan Gomes da Silva, também pesquisador da EsalqLog. No segundo semestre, com a provável manutenção de estimativas para o plantio de soja em 2018/19, o frete deve ficar estável.
Para os fretes do açúcar, a expectativa é que não haja grandes alterações no ano, diante das perspectivas de manutenção ou queda da produção. “Com estoques grandes e previsão de superávit mundial, as usinas devem se dedicar ao etanol em 2018/19, o que assim como o milho não pressiona o frete porque fica no mercado interno”, afirma Silva Neto. A Conab prevê que a produção de açúcar neste ciclo fique em 39,461 milhões de toneladas, alta de 2%. Ainda não foram feitas estimativas para 2018/19.

O único mês fora da curva para o frete de açúcar deve ser janeiro. “Em janeiro de 2017 foi registrado o menor valor em cinco anos para o transporte de açúcar porque, com a quebra da safra de milho de 2016, não havia concorrência para os caminhões. Então, vemos apenas uma retomada dos patamares normais agora, o que dará uma diferença percentual grande na principal rota. Mas não é uma surpresa”, afirma o pesquisador Gabriel Detoni. O transporte de açúcar pela rota Sertãozinho (SP) porto de Santos deve custar R$ 97,25 a tonelada em janeiro, 12% mais que no mesmo mês de 2017.

Para o segundo semestre, a remoção do açúcar deve ser tranquila. “Sem o milho, há um excedente de vagões e caminhões para o açúcar e os preços devem cair”, acrescenta Detoni.

Fonte: Valor Econômico 

 

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