Os preços do açúcar se mantiveram retraídos nas bolsas internacionais influenciados por uma nova realização de lucro dos fundos. Na Ice Future, no vencimento março/17, a commodity foi comercializada a 21,15 centavos de dólar por libra-peso, retração expressiva de 48 pontos no comparativo com as cotações do dia anterior. Os demais lotes também tiveram baixa, que oscilou de 10 a 37 pontos.
O jornal Valor Econômico de hoje (16) trouxe que, de acordo com a Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC, na sigla em inglês), os investidores e fundos de hedge detêm atualmente cerca de 26% do mercado futuro de açúcar em Nova York. Trata-se de menos de um terço do observado em outubro, mas um volume ainda considerável se considerados os padrões históricos do mercado, o que eleva o temor de uma liquidação em massa.
Em Londres, os preços do açúcar também caíram ontem. O vencimento dezembro/16 foi comercializado a US$ 560,30 a tonelada, recuo de 8,70 dólares se comparado com a sessão anterior. Os demais vencimentos também apresentaram desvalorização, que variaram entre 4,40 e 12,60 dólares.
Mercado doméstico
Devido ao feriado nacional da Proclamação da República, não houve negociação em São Paulo. Mas na segunda-feira (14), o açúcar cristal, segundo índices do Cepea/Esalq, da USP, caiu. A saca de 50 quilos foi comercializada a R$ 99,23, baixa de 0,84% no comparativo com a sessão anterior.
Etanol diário
Já o etanol hidratado subiu na segunda-feira, de acordo com os índices da Esalq/BVMF. O metro cúbico do biocombustível foi negociado a R$ 1.826,50, valorização de 0,47%.
Em seu artigo semanal, o Diretor da Archer Consulting, Arnaldo Luiz Corrêa disse que com a enorme distância entre o que o Brasil precisa produzir para atender à demanda potencial de combustível e o aumento de consumo de açúcar no mundo (dependendo do açúcar brasileiro em cerca de 50%), projetando os próximos cinco anos, parece difícil imaginar que seremos capazes de acrescentar pelo menos 125 milhões de toneladas de cana para 2021/2022 somente para atender ao etanol combustível. "Vai acabar o hidratado? Vamos importar etanol de milho? Ou importaremos mais gasolina para atender o consumo interno? Há sete anos, o etanol hidratado era responsável por 31.2% do consumo do ciclo Otto, hoje responde por 20.9%, um encolhimento anual de 5.6%. Onde o setor quer estar daqui a 10 anos?".
E explicou ainda que "pelas nossas projeções, devemos encerrar o ano com um consumo total em gasolina equivalente de 53.2 bilhões de litros, uma retração de 0.75% em relação ao ano de 2015. Caiu pouco se compararmos com a queda do PIB e da renda das pessoas", concluiu Corrêa.
Fonte: Agência UDOP de Notícias