Conclusão é de relatório divulgado pela Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar).
A paralisação dos caminhoneiros no país, deflagrada a partir do dia 21 de maio, travou a produção de açúcar e etanol nas usinas do país na segunda quinzena do mês passado.
É o que aponta relatório divulgado pela Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) na manhã desta terça-feira (12).
Foram moídas apenas 32,38 milhões de toneladas pelas usinas do centro-sul do país, ou 13 milhões de toneladas a menos que o esperado. Isso representa uma perda média de 4,5 dias de produção, de acordo com a entidade.
O estado mais afetado na região centro-sul foi o Paraná, onde os protestos dos caminhoneiros foram intensos, com perda de produção de dez dias de moagem.
Ainda conforme a associação das usinas, a redução da receita do setor sucroenergético devido à paralisação provocada pelas manifestações de caminhoneiros atingiu R$ 1,2 bilhão.
Segundo Antonio de Pádua Rodrigues, diretor-técnico da Unica, as usinas interromperam as atividades devido à falta de diesel e de outros insumos necessários à produção.
O etanol hidratado, utilizado diretamente no abastecimento nos postos, apresentou redução de 15,46% na segunda quinzena de maio, em comparação à quinzena anterior, com produção de 1,2 bilhão de litros.
Já a produção do anidro, misturado à gasolina, recuou 16,95%, alcançando 546,36 milhões de litros na quinzena final de maio.
Ainda conforme a Unica, 67,46% da cana processada nas usinas teve como destinação produzir etanol, ante os 52,53% de igual período do ano passado. No acumulado da safra, até o último dia 1º, o índice está em 65,46%.
Enquanto isso, a fabricação de açúcar alcançou 1,34 milhão de toneladas, o que representou redução de mais de 550 mil toneladas em relação ao 1,91 milhão de toneladas da primeira quinzena do mês. É o menor volume já apurado para esse período.
Em São Paulo, principal estado produtor, todas as usinas foram atingidas de alguma forma e paralisaram a produção de açúcar e etanol.
A redução na produção ocorre num momento em que, mais vantajoso financeiramente às usinas, o etanol bateu recordes de produção.
Fonte: Folha de São Paulo