O processo de avaliação e registro de defensivos agrícolas, que em países como EUA, Japão e Argentina costuma levar cerca de dois anos, tem levado de 8 a 10 anos no Brasil.
A demora na aprovação de novas tecnologias provoca perdas de cerca de R$25 bilhões, segundo conclusões de entidades representativas do setor de defensivos agrícolas. Atualmente, uma lista com 36 defensivos aguarda análise para obtenção de registro no Brasil. No entanto, 28 deles já têm registros em países como EUA, Japão, Canadá, Austrália e Argentina. Isso porque o processo de avaliação e registro, que nesses países costuma levar cerca de dois anos, leva de 8 a 10 anos por aqui. Essa realidade motivou o estudo “Defensivo: uma visão sobre inovação tecnológica e os impactos na Economia”, realizado pela MBAgro a pedido da Andef (Associação Nacional de Defesa Vegetal) e apresentado no Fórum Inovação para Sustentabilidade na Agricultura.
Durante o evento, ocorrido na cidade de São Paulo, o engenheiro agrônomo e doutor em Economia Aplicada, Alexandre Mendonça de Barros, responsável pelo estudo sobre defensivos e impactos econômicos, apresentou dados que mostram as perdas financeiras decorrentes da morosidade na aprovação de tecnologias agrícolas no Brasil.
Uma simulação considerando ganhos relativamente pequenos pelo uso de novos produtos para o controle de pragas, que permitiriam às plantas atingir um potencial maior de produtividade da ordem de 5% a 10% mostra que as perdas para a economia nacional vão de 12 a 25 bilhões de reais. Além desta queda no Produto Interno Bruto Agrícola, o governo deixa de arrecadar de cinco a 10 bilhões de reais e não são gerados entre 760 mil e 1,5 milhão postos de trabalho. A análise considera as principais culturas do agronegócio brasileiro: cana-de-açúcar, algodão, arroz, café, e milho e soja.
Revista RPAnews