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VLI firma contrato de 30 anos com Tereos para escoar açúcar até Santos

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A VLI, concessionária de logística ferroviária e portuária, e a multinacional francesa Tereos, segunda maior produtora de açúcar do mundo, firmaram hoje um contrato de longo prazo — duração de 30 anos — para escoamento de açúcar bruto do interior de São Paulo até o porto de Santos. O valor do contrato não foi revelado.

O acordo envolve um pacote de investimentos de R$ 205 milhões, valor que será compartilhado pelas duas empresas. Os recursos serão usados em infraestrutura para garantir o transporte de 1 milhão de toneladas ao ano. A previsão é atingir esse volume a partir de maio de 2020, quando se dá o início da safra 2020/2021.

Do montante a ser aportado, R$ 145 milhões serão desembolsados pela Tereos na construção de dois armazéns. Um em Guará, no interior de São Paulo, onde a VLI já possui um terminal voltado apenas para o carregamento de açúcar. O novo armazém terá capacidade estática de 80 mil toneladas.

O segundo armazém a ser erguido pela Tereos terá capacidade para armazenar 114 mil toneladas de açúcar e será construído no Tiplam, o terminal da VLI no porto de Santos. O terminal já possui um armazém exclusivo para açúcar e outro que armazena tanto o adoçante como grãos.

Da parte da VLI, serão aplicados R$ 60 milhões do pacote de investimentos. O objetivo é melhorar sua infraestrutura de recebimento da carga de açúcar nos seus terminais para poder atender o contrato com a Tereos.

As obras dos dois armazéns devem ser iniciadas até o fim deste ano e ficarem prontas no primeiro trimestre de 2020, informou ao Valor o diretor comercial da VLI, Fabiano Lorenzi. “Com esse contrato, vamos reforçar o peso do açúcar dentro de nossa operação de agronegócio, que já responde por 50% do total movimentado pela VLI”, afirmou.

Atualmente, a empresa já transporta por ano 4,6 milhões de toneladas de açúcar, desembarcadas na maior parte no Tiplam, seu terminal em Santos, que foi ampliado nos últimos anos e tem um berço dedicado a embarque para exportação da commodity. Esse volume é quase um quarto do total da commodity exportado pelo porto santista.

O negócio açúcar já representa hoje mais de 8% do total movimentado pela VLI no ano passado.  Na divisão de agronegócios (que inclui soja, milho, farelo de soja, fertilizantes), destacou Lorenzi, o produto já responde por 17% — foram 28 milhões de toneladas escoadas no ano. Essa fatia do açúcar vai crescer com o contrato firmado com a Tereos.

A companhia francesa, que possui oito usinas no Brasil, pretende entregar tanto o açúcar fabricado em suas próprias unidades como volumes originados pela Tereos Commodities, braço da multinacional de comercialização de açúcar. Atualmente, essa trading movimenta 1,4 milhão de toneladas de açúcar em todo o mundo. A entrega do açúcar das unidades produtoras até o terminal de Guará ficará sob responsabilidade da Tereos.

Para a companhia francesa, o acordo permitirá não apenas a redução dos custos com transporte de açúcar destinados à exportação — hoje realizado basicamente em rodovias — como também diminuirá a exposição da companhia à volatilidade e incerteza dos fretes rodoviários.

Como a produção de açúcar é concentrada de abril a novembro — época de moagem de cana no Centro-Sul —, o momento para escoar a commodity coincide com o da soja e do milho, o que torna os fretes caros quando a exportação do adoçante está no pico.

A redução da dependência das rodovias deve diminuir a volatilidade desses custos, afirma Jacyr da Costa Filho, diretor da Região Brasil da Tereos. “É difícil saber [qual será a redução de custos] por causa da volatilidade atual do transporte com caminhões. Quando tem supersafra de grãos, o preço do frete pode subir enormemente”, atesta.

Ainda segundo o executivo, essa parceria de longo prazo e o compromisso de investimentos são uma prova de como o Brasil é estratégico para a companhia francesa. “Mesmo com toda a volatilidade em que o Brasil se encontra, continuamos apostando no país. Pela participação no mercado mundial, o Brasil tem um caráter bastante importante”, atesta.

A VLI, criada no formato atual em 2011, é controlada pela Vale, Brookfield, Mitsui e o fundo FI-FGTS. A empresa opera duas ferrovias (FCA e Norte-Sul) e três terminais portuários próprios. Além de agronegócio, tem as divisões industrial e siderúrgica. No ano passado, a companhia teve receita líquida consolidada de R$ 4,4 bilhões, com lucro líquido de R$ 314 milhões.

Fonte: Valor Econômico 

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