O candidato do partido Novo ao Palácio do Planalto, João Amoêdo, afirmou nesta quarta-feira (5), em entrevista ao G1 e à rádio CBN, que, se eleito, irá extinguir a tabela de fretes negociada pelo governo Michel Temer para viabilizar o fim da greve dos caminhoneiros que parou o país em maio.
Amoêdo foi o segundo presidenciável a participar da série de entrevistas que o G1 e a CBN realizam a partir desta semana com os candidatos à Presidência da República. Eles serão entrevistados pelos jornalistas Cláudia Croitor e Renato Franzini, do G1, Milton Jung e Cássia Godoy, da CBN, e pelo comentarista Gerson Camarotti, do G1 e da CBN.
“Certamente. Tabelamento de preços, congelamento, nunca funcionou em nenhum lugar do mundo. Já foi testado no Brasil também. Não funciona. O que a gente tem que deixar é o livre mercado, a concorrência definindo o preço. Quando a gente acaba fazendo tabelamento, você acaba tendo falta de produtos, acaba o mercado desregulado e não funcionando direito. O preço dos produtos tem que seguir a lei da oferta e da procura”, defendeu o presidenciável.
“O que a gente precisa de fato nesse processo é ter a concorrência adequada, que infelizmente não existiu”, complementou Amoêdo.
Ao longo dos 11 dias da paralisação dos caminhoneiros em maio, houve bloqueios em estradas e desabastecimento de alimentos e combustíveis. No mês passado, Temer sancionou uma lei que instituiu valores mínimos para o transporte rodoviário de cargas, com base, principalmente, no custo do óleo diesel e pedágios.
Nos últimos meses, o tabelamento do frete passou a ser alvo de questionamentos de empresários e representantes de transportadoras no Supremo Tribunal Federal (STF).
Relator das ações sobre o tabelamento dos fretes, o ministro Luiz Fux suspendeu provisoriamente todos os processos em tramitação nas instâncias inferiores da Justiça que pediam a derrubada da medida provisória editada pelo governo federal.
O magistrado tem arbitrado uma negociação com caminhoneiros e empresários para buscar uma solução consensual sobre o preço mínimo dos transportes de caminhões.
´Vale educação´
João Amoêdo voltou a dizer na entrevista ao G1 e à CBN que, se eleito, pretende oferecer bolsas de estudo para que estudantes carentes tenham condições de estudar em escolas privadas. Segundo ele, a proposta seria uma espécie de “vale educação”, aos moldes dos programas Bolsa Família e ProUni. Esse último oferece bolsas de estudos em universidades particulares para alunos de baixa renda.
De acordo com Amoêdo, esse “vale educação” seria distribuído apenas para estudantes dos ensino fundamental e médio. O candidato do Novo afirmou que há uma desigualdade de distribuição de recursos públicos na educação, que favorece muito mais o ensino superior.
“Nós gostariamos de criar também, à similaridade do que já funciona no Prouni, uma bolsa de estudo para alunos do ensino básico e do ensino fundamental. Isso permitiria o quê? Que algumas famílias, justamente aquelas mais pobres, pudessem ter a oportunidade de colocar os seus filhos na escola privada”, prometeu.
Ele ponderou, entretanto, que essas bolsas de estudo não seriam distribuídas em todo o país porque é preciso operar apenas nas unidades da federação e nos municípios em que a rede privada de ensino fundamental e médio tenha capacidade de receber esses alunos carentes.
Fonte: Portal G1