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Um ano difícil para as empresas sucroalcooleiras

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Entre as empresas que atuam no segmento sucroalcooleiro listadas na B3, a Cosan – sócia da Shell na Raízen Energia, maior empresa produtora e exportadora de açúcar do mundo – e a São Martinho perderam valor de mercado em 2018. E isso principalmente por causa da queda do açúcar, cujos preços internacionais desceram ao menor patamar em uma década e minou a rentabilidade das exportações.

Em meados do ano, os contratos futuros do açúcar negociados em Nova York chegaram a visitar a casa dos 10 centavos de dólar a libra-peso, em meio a uma produção sem precedentes na Índia. É verdade que os preços do etanol foram, em média, melhores do que em 2017 no Brasil, mas esse ganho foi insuficiente para compensar a deterioração da rentabilidade com as exportações de açúcar, que também poderia ter sido maior não fosse a valorização do dólar.

A Cosan, que também tem negócios nas áreas de logística, lubrificantes e combustíveis, perdeu R$ 3,3 bilhões em valor de mercado na bolsa e terminou o ano com R$ 13,6 bilhões. Embora o grupo tenha aumentado sua receita no acumulado dos três primeiros trimestres de 2018 em relação ao mesmo período de 2017, a rentabilidade foi menor.

A companhia faturou mais com a distribuição de combustíveis e com a venda de gás e lubrificantes, mas sofreu com a redução das margens de distribuição – especialmente após a greve dos caminhoneiros – e com o aperto nas margens da Raízen Energia, negócio que tem forte contribuição para seu lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda). Além disso, o mercado interno de combustíveis do ciclo Otto teve um desempenho muito mais fraco que o inicialmente esperado pelos agentes de mercado. As ações do grupo encerraram o ano em queda de 17,1% em relação a 2017, a maior dentre as companhias que atuam na área de cana.

O Grupo São Martinho, por sua vez, perdeu R$ 404 milhões em valor de mercado em 2018 e encerrou o ano avaliada em R$ 7 bilhões. A queda das ações da companhia foi menor, da ordem de 3,3%. Mas o fato é que, até o fim do segundo trimestre desta safra 2018/19, o aumento da aposta da empresa em etanol ainda não compensava a perda de receita com as vendas de açúcar.

Já a Biosev foi um ponto fora da curva entre as empresas do ramo em 2018. Após sua controladora, a Louis Dreyfus Company (LDC), realizar um aporte equivalente a R$ 3,5 bilhões em março (ainda no exercício fiscal anterior) para pagar parte da dívida da sucroalcooleira brasileira e reforçar o caixa, o valor de mercado da companhia aumentou R$ 2,1 bilhões, para R$ 3,1 bilhões.

Mas o aumento de capital da LDC não foi acompanhado pelos demais acionistas. Com isso, a fatia das ações da Biosev negociadas na B3 (“free float”), que já era baixo, passou para 6%, reduzindo de forma considerável a liquidez dos papéis. Ainda assim, sem essa operação, o valor de mercado da Biosev teria caído em 2018, já que as ações da companhia encerraram o ano com desvalorização de 32,2%%. A partir do fim do terceiro trimestre do ano os papéis ainda ganharam algum ímpeto com a venda das duas usinas que a empresa tinha no Nordeste, o que injetou mais R$ 270 milhões no caixa da companhia. Mas não foi suficiente para evitar a forte queda observada.

Fonte: Valor Econômico 

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