Home Últimas Notícias GVO tem um dos maiores planos de recuperação judicial do país
Últimas NotíciasUsinas

GVO tem um dos maiores planos de recuperação judicial do país

Compartilhar

Depois de mais de uma década, o plano de recuperação judicial do Grupo Virgolino de Oliveira (GVO), que foi homologado no início de dezembro, tirou a companhia da rota de falência. Em termos de valores, o plano de recuperação do GVO está entre os maiores já aprovados no país.

As dívidas negociadas envolvem quase oito mil credores nacionais e internacionais, entre trabalhadores, fornecedores e instituições do mercado financeiro de vários países, no valor total superior a R$ 7 bilhões. Ao fisco, o grupo deve R$ 1 bilhão, valor que não entra no plano de recuperação e está sendo negociado à parte.

Leia ainda: GVO conclui primeira etapa de pagamento de credores trabalhistas

“A falência seria o pior cenário para todos. Com a aprovação e homologação do plano, o grupo ganhou novas condições para saldar dívidas anteriores, assegurando sua longevidade, ainda que com atividade econômica reduzida. A decretação de falência só agravaria os problemas dos credores”, analisa o advogado Elias Mubarak Júnior, do Mubarak Advogados Associados, um dos responsáveis por desenhar e negociar o plano de recuperação, ao lado do escritório TWK Advogados.

De acordo com o plano de recuperação, os credores trabalhistas somam 5.762 pessoas. Conforme o cronograma estabelecido no acordo, já foram concluídas duas etapas de pagamentos no valor de cerca de R$ 140 milhões. Nos próximos dois anos, a empresa se comprometeu a quitar as dívidas de trabalhadores que tenham a receber entre R$ 20 mil e 150 salários mínimos (R$ 181,8 mil).

Entre os credores há, ainda, fornecedores de cana-de-açúcar e insumos para plantio e tratamento da cultura, agentes do mercado financeiro, incluindo bancos internacionais, pequenos empreendedores e microempresas.

Pelo acordo, as dívidas serão pagas com parte dos resultados líquidos auferidos, captação de novos recursos para a retomada operacional da empresa e por meio da alienação de bens móveis e imóveis na forma de Unidades Produtivas Isoladas (UPIs).

O plano prevê nove UPIs, compostas pelas usinas José Bonifácio, Catanduva, Itapira e Monções, localizadas no interior de São Paulo, além de terras, imóveis urbanos e precatórios, provenientes da exclusão de PIS e Cofins da base de cálculo do ICMS.

A maioria das UPIs será vendida por meio de processo competitivo, com propostas fechadas, a serem apresentadas por credores ou outras empresas interessadas. As datas de abertura das propostas serão definidas 90 dias após a homologação do plano de recuperação judicial.

Desafios

Segundo os responsáveis pela negociação, o principal desafio para a elaboração do plano de recuperação da empresa foi a reaproximação com os credores, frustrados e resistentes, devido às diversas tentativas de renegociação que não vingaram ao longo dos anos.

“As equipes de assessoria jurídica e financeira do grupo se empenharam para restabelecer o diálogo com credores e estruturar as alternativas viáveis para uma solução em que ambas as partes, por meio de concessões mútuas, saíssem ganhando”, explica o sócio do TWK Advogados, Joel Luís Thomaz Bastos.

Além disso, a homologação do plano possui uma particularidade jurídica importante, já que o texto foi rejeitado pela maioria dos credores trabalhistas. Um total de 447 não aceitou a proposta de pagamento de créditos de forma integral e no prazo de 45 dias.

Ao analisar o caso, o Juiz Felipe Ferreira Pimenta, da Vara Única da Comarca de Santa Adélia, aplicou um procedimento especial, previsto em lei, chamado “cram down”, por meio do qual é possível a aprovação mesmo com a discordância de credores na assembleia geral. Em seu despacho, o juiz entendeu que houve abusividade do voto dos trabalhadores que rejeitaram a proposta. O mesmo entendimento foi acatado pelo Ministério Público.

Diário do Comércio, reportagem de Silvia Pimentel
Compartilhar
Artigo Relacionado
Últimas Notícias

Petrobras reduz preço do diesel em R$ 0,12 por litro a partir desta sexta-feira

A Petrobras anunciou nesta quinta-feira (17) uma redução de R$ 0,12 por...

Últimas Notícias

Uso de irrigação por gotejamento avança e ganha protagonismo na Agrishow 2025

A Agrishow, uma das maiores vitrines do agronegócio mundial, mais uma vez...

OpiniãoÚltimas Notícias

Raízen em jejum de lucro e dieta de otimismo: Cosan vende, Shell observa e o mercado

Em 2021, a Raízen estreou na B3 com pompa e circunstância, como...

Últimas Notícias

Atvos afirma que está atenta a novas oportunidades, mas não confirma compra de usinas da Raízen

A Atvos, empresa controlada pelo fundo Mubadala Capital, estaria considerando apresentar uma...