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Custos de operação do CTT das usinas do Centro-Sul cresceram 17,57% na safra 2022/23

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Além da alta no CTT, bastante impactado pela operação de transporte de cana, que subiu 21,40%, o custo com formação dos canaviais também teve alta

Na safra 2022/23, o custo médio do CTT (Corte, Transbordo e Transporte) – incluindo operações de apoio e administrativo, em parte das usinas brasileiras do Centro-Sul foi de R$ 46,90 por tonelada, o que significa uma alta de 17,57%, se comparada com a temporada anterior, quando os custos de CTT chegaram a R$ 39,90/t.

Dados do Pecege, feitos a partir de uma amostra de 89 unidades agroindustriais do Centro-Sul do país distribuídas em 45 diferentes grupos econômicos, mostram que o avanço da produtividade dos canaviais contribuiu para reduzir o efeito do aumento de preços por conta de custo com peças e combustível.

Entre as unidades que participaram do levantamento, o custo médio do corte foi de R$ 15,27/t, o que representa um avanço de 10,78% quando comparado com a última safra. Segundo o Pecege, o aumento expressivo nos preços dos combustíveis continua sendo o principal fator de oneração das operações.

“Os gastos com manutenção também tiveram destaque, especialmente devido aos preços elevados das peças de reposição. Em conjunto, esses fatores mais do que compensaram o benefício do aumento da produtividade observado”, afirmam os analistas do Pecege.

Os custos associados a operação de transbordamento da cana-de-açúcar, tiveram um aumento de 13,69% em comparação com a safra anterior, atingindo o custo médio de R$ 9,28/t. O aumento desses valores foi impactado não apenas pelos mesmos fatores que elevaram os custos de corte, mas também pela significativa elevação dos preços dos pneus, que sofreram oscilações ainda mais acentuadas.

Já o custo do transporte de cana subiu 21,40%, atingindo R$ 15,02/t, representando assim a maior porcentagem de aumento em relação as três operações analisadas. Além dos fatores já mencionados, os analistas do Pecege afirmaram que houve um aumento marginal no raio médio de transporte, o que invariavelmente contribuiu para o avanço no seu custo.

Custos de formação do canavial também subiram

O custo médio com a formação do canavial na safra 2022/23 foi R$16.743 por ha, alta de 29,10%, se comparado com a safra anterior, que teve um custo de R$ 12.969,04/ha. A operação de preparo de solo correspondeu a R$4.592/ha. Entre as unidades avaliadas, o custo médio do preparo de solo na safra 2022/23 apresentou um crescimento de 41,74% em comparação com o ciclo anterior.

De acordo com os dados do Pecege, os custos associados ao preparo de solo foram significativamente influenciados pelo aumento dos preços de corretivos, fertilizantes e diesel. “Esses movimentos se refletiram em um expressivo crescimento das despesas com maquinário e insumos utilizados nessa etapa, que aumentaram em 31,12% e 79,05%, respectivamente”, disseram os analistas.

Dentre as etapas de formação do canavial, o plantio foi o que apresentou o menor aumento nos custos em comparação com a safra anterior, registrando um crescimento de 22,62%, atingindo uma média de R$8.556/ha. Aqui, de acordo com os analistas do Pecege, os principais componentes desse custo são despesas com mudas, maquinário e fertilizantes, que aumentaram 5,84%, 42,43% e 58,22%, respectivamente, refletindo os movimentos observados nos preços do mercado interno e externo.

Além disso, os analistas destacaram a redução nos gastos com mão de obra, o que ajudou a aliviar a pressão inflacionária nessa etapa. Isso se deu por conta da maior adoção do sistema de plantio mecanizado, que na amostra feita pelo Pecege atingiu 46,89% da área plantada, seguido do manual convencional em 31,11% e do método de plantio em meiosi, que fechou a safra com participação com 22%.

Os tratos de cana planta também subiram, atingindo R$3.595/ha. Assim como nas etapas anteriores, aumentou devido a alta nos preços do diesel e dos insumos agrícolas, principalmente dos fertilizantes, acompanhando a escalada de preços observada no mercado internacional.

“Na média, o dispêndio com tratos da cana planta aumentaram em 30,62% em comparação com a safra anterior. Quando combinado
com as outras etapas, resultam em um crescimento de 29,10% no custo por hectare para a formação do canavial”, disseram os analistas do Pecege.

Já nos tratos cana soca tiveram um custo médio de R$ 3.948/ha, uma alta 30,37%. Os custos relacionados aos tratos da cana soca foram impactados pelos mesmos fatores que influenciaram as etapas de formação do canavial: i) elevação acentuada nos preços dos combustíveis, o que resultou em maiores custos relacionados ao uso de maquinário no campo; e ii) avanço nos preços internacionais de fertilizantes e defensivos, pressionando os gastos com insumos.

O custo médio do arrendamento acompanhou, em grande medida, as flutuações no preço da matéria-prima, de acordo com o sistema Consecana-SP. Segundo o Pecege, as alterações na estrutura tributária dos combustíveis impactaram negativamente os preços recebidos pelas usinas, o que também se refletiu nos contratos de arrendamento.

O preço de fechamento da matéria prima na safra 2022/23, registrado pelo sistema de pagamentos, foi de R$ 1,1707, mantendo-se praticamente estável em comparação com a safra anterior. “Da mesma forma, o custo médio do arrendamento entre as unidades amostradas foi de R$ 2.318,88 por hectare, indicando um crescimento marginal de 0,72% em relação a safra 2021/22”, disseram os analistas.

Por Maria Vitoria Trintim sob supervisão

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