Home Últimas Notícias Etanol dá vantagem ao Brasil em metas de descarbonização, defende setor automotivo
Últimas Notícias

Etanol dá vantagem ao Brasil em metas de descarbonização, defende setor automotivo

Refueling the car with biofuel
Compartilhar

País precisa de investimentos inferiores aos da Europa, EUA e China e está à frente no desenvolvimento de veículos a hidrogênio, segundo participantes do Summit Estadão Indústria Automotiva

setor automotivo brasileiro tem condições de atingir metas de descarbonização com investimentos inferiores aos necessários em países da Europa, Estados Unidos e China, que também precisam de elevados aportes para mudar suas fontes de energia, a maioria delas baseada em fontes fósseis.

Com o etanol, o país está à frente no processo, inclusive no desenvolvimento de veículos a hidrogênio, visto como o futuro global após os carros 100% elétricos. O aproveitamento mais intenso de um produto já disponível e em abundância no mercado brasileiro foi defendido por participantes do Summit Estadão Indústria Automotiva, que ocorreu na manhã desta quinta-feira, 10, em São Paulo.

Tecnologias que utilizam a molécula do etanol para a geração de hidrogênio já estão em desenvolvimento por empresas como a Stellantis, dona das marcas Fiat, Jeep, Peugeot, Citroën e RAM. O grupo já traçou sua estratégia de eletrificação até 2030, quase todas elas com uso do etanol.

“O país tem uma riqueza única que não pode ser desprezada, que é o etanol”, disse o executivo. Segundo ele, em termos de emissão de CO2, o uso do etanol é tão ou mais eficiente que um carro elétrico europeu, cuja matriz energética é baseada no carvão.

A estratégia da Stellantis começa com o incentivo do uso apenas de etanol nos carros híbridos atuais, que já reduziria significativamente as emissões em comparação à gasolina. O uso de etanol em toda a frota atual de modelos flex reduziria as emissões de CO2 em 30 toneladas ao ano, segundo Besaliel Botelho, membro do conselho da Bosch.

A sequência das novas plataformas da Stellantis passa pelo primeiro carro híbrido flex da marca, já em 2024, segue para a produção dos elétricos, a partir de 2030, até chegar à célula de combustível a etanol.

“Todas essas tecnologias estão sendo desenvolvidas no Brasil; só a elétrica terá participação também de outros países da região”, disse Filosa. Ele ressaltou que, no caso do carro a célula de combustível, o processo de extração da molécula do etanol, que contém muito hidrogênio, é mais barato em relação a alternativas em estudos em outros locais, “o que dará maior competitividade ao país”.

Ao falar sobre os desafios atuais da indústria automotiva, Botelho, da Bosch, citou que o desenvolvimento dos carros flex já foi um processo importante de descarbonização, mas também ressaltou a necessidade do uso do etanol nos veículos flex em uso atualmente. “Não adianta ter a tecnologia e não usar”, disse.

Suas projeções são que, em 2030, apenas 7,3% das vendas de veículos no Brasil serão de modelos 100% elétricos, e 33% serão híbridos que podem ter a combinação do etanol com o motor elétrico ou bateria. “O futuro tem de ser por caminhos de diferentes tecnologias, e a hibridização com etanol é a rota certa para o Brasil”, avalia Besaliel.

No painel com o tema “Eletrificação ou etanol: qual é o melhor caminho para a descarbonização”, a professora Flávia Consoni, do programa de pós-graduação em política científica e tecnológica da Unicamp, chamou a atenção para a eletrificação dos ônibus para o transporte público. “É preciso apresentar às pessoas como o uso desse transporte limpo traz qualidade de vida, com menos poluição e menos barulho”.

Já o CEO da Bright Consultoria, Paulo Cardamone, falou da mudança que já começa a ocorrer no rastreamento dos produtos, não só de automóveis, para comprovar a origem “limpa” em todo o processo produtivo. “Todos os produtos terão um DNA”, disse. Será rastreada, por exemplo, toda a cadeia de produção do automóvel, desde a produção da matéria-prima, do combustível, da bateria e o processo de reciclagem.

Também participaram do debate o presidente da União Nacional dos Produtores de Cana de Açúcar (Unica), Evandro Gussi – para quem não vai faltar etanol para abastecer a frota brasileira –, o vice-presidente da Stellantis, João Irineu Medeiros e Gustavo Noronha, da SAE, entidade de engenharia automotiva.

Sobre o impacto da tecnologia do 5G nos automóveis, Marcos Ferrari, da Telebrasil e Conexis, afirmou que o 4G provocou uma revolução na conexão entre as pessoas, e o 5G vai provocar uma revolução entre as coisas (máquinas, eletrodomésticos etc.). “O ganho de produtividade das empresas será potencializado e a possibilidade de erro humano será praticamente zero”, disse.

O painel ainda teve a participação de Adriano Rosa, da Embratel; Débora Bortolasi, da Vivo; e Marcelo Gallao, da Scania, que comentou sobre os ganhos do uso da tecnologia nos caminhões, tanto em produtividade como em segurança.

Estado de São Paulo/ Cleide Silva
Compartilhar
Artigo Relacionado
Últimas Notícias

Copersucar se prepara para comercializar e distribuir biometano

A Copersucar está estruturando a criação de um negócio dedicado a atuar...

Jalles
Últimas NotíciasDestaque

Após moagem recorde, Jalles projeta ligeira alta e mais açúcar para 2025/26

Após moagem recorde e prejuízo na safra 2024/25, Jalles projeta aumento na...

Últimas Notícias

Consulta pública sobre queima da palha da cana ameaça empregos no Nordeste

A cana-de-açúcar é uma das atividades que mais geram empregos nos estados...