Home Destaque Uso do Robô Solix em cana-de-açúcar deve mais que dobrar na próxima safra
DestaquePopularÚltimas Notícias

Uso do Robô Solix em cana-de-açúcar deve mais que dobrar na próxima safra

Compartilhar

Tecnologia lançada pela Solinftec mostrou redução de 45% no uso de herbicidas pós-emergentes e mais de 85% de redução de custos com catação química

robô Solix, desenvolvido pela Solinftec e mais recentemente lançado para a cultura da cana-de-açúcar, vem mostrando dados tão expressivos no controle de ervas daninhas, que vem atraindo usinas e produtores em busca da tecnologia. Hoje com 10 robôs em campo, a Solinftec projeta que até a safra 2025/26, cerca de 80  Solix estarão operando nos canaviais. A solução, que está dentro do Programa Cana +,  foi um dos grandes destaques da Agrishow 2024.

Na cultura dos grãos, o robô, que atua por meio de missões e associação de tarefas junto ao manejo integrado de pragas (MIP), entregou reduções de mais de 90% do uso de herbicidas em fase de pós-emergência e operações de dessecação e pré-plantio.

Em entrevista à RPAnews, durante a Agrishow 2024, Emerson Marcelo Crepaldi, Chefe de Operações na América Latina da Solinftec, afirmou que a tecnologia conseguiu trazer mais 45% de redução no uso de herbicidas pós-emergentes e mais de 85% de redução na catação química, fora todo o levantamento de lavoura que vem sendo feito com o robô. “Podemos cruzar todas as  informações coletadas por ele com o monitor de produtividade, com o manejo, então o Solix vem com força total no Programa Cana +. Nossa previsão é ter mais de 50 robôs rodando só em cana-de-açúcar”, revela.

O sistema de reconhecimento por inteligência artificial (IA) do Solix permite que ele identifique, cheque e realize aplicações localizadas. “O Solix consegue atuar em canaviais de até 1,20 metros. A experiência que temos até agora com o robô nas usinas mostrou que o melhor momento para o seu uso é pós-colheita. Assim que a tecnologia identifica a erva daninha, já começa o combate, seja em grama seda, amargoso ou braquiária. Durante este período de crescimento da cultura já é possível evitar a matocompetição e, muito provavelmente, vai dar, nas próximas safras, um efeito de produtividade. Em grãos, por ser de ciclo curto, já vimos ganhos de 10 sacos por hectare, na média, só com o efeito da matocompetição, mas em cana ainda não temos resultados”, destaca Crepaldi.

O equipamento tem uma capacidade de 180 litros de calda e também pode se auto abastecer nas estações de abastecimento. O robô pode percorrer de  10 a 15 hectares/dia, dependendo de como está a infestação do campo. Então, segundo Crepaldi, a cada 10 dias ele cumpre cerca de 150 hectares.

“O conceito é que ele viva dentro da lavoura. A ideia é que o Solix não vá embora e cuide do canavial até ele fechar, siga para o próximo talhão e assim por diante. A ideia é que as usinas mudem o manejo para uma maneira mais sustentável e que se consigam limpar o campo em um menor tempo possível. Estou entrando com controle enquanto a erva daninha está em um V2, por exemplo, já combatendo, por isso tenho uma economia gigante de herbicidas. É realmente operar com menos químicos e bem menos máquinas”, salienta.

O futuro promete controle de pragas 

Além da redução de agroquímicos, o Solix também elimina insetos-praga que prejudicam as lavouras por meio de uma tecnologia única desenvolvida para atrair esses agressores. Com base em ondas de luz, com comprimentos diferentes para atrair determinadas ordens de insetos-pragas por cultura, ele as atrai no período noturno e faz o combate de indivíduos adultos por meio de eletrochoques, antes do período de oviposição. Ou seja, Solix torna-se uma armadilha viva de insetos que causam danos econômicos a qualquer área agrícola independente de posição geográfica.

Essa tecnologia, no entanto, ainda não está disponível para a cultura da cana, mas, segundo Crepaldi, deve ser realidade em breve. “Estamos realizando estudos, estamos trabalhando muito para evoluir e atender a cana neste sentido também”, afirmou.

Com diversas soluções já adotadas por usinas, como é o caso do Fila de Transbordo, que é aplicado ao CTT (Corte, Carregamento e Transporte), a Solinftec agora vê uma nova onda de busca por novas tecnologias. “O movimento que temos visto nas usinas é que os antigos COAs estão virando centrais de inteligência com um viés mais agronômico, para poder coletar mais informações que influenciem o manejo em busca de maior produtividade. O movimento é muito positivo. Temos visto desde as grandes até usinas de menor porte, em busca de produtividade. Inclusive, tivemos um pico de vendas no ano passado bastante agressivo em relação ao Programa Cana+”, observa Crepaldi.

Durante a Agrishow 2024 a companhia recebeu um número grande de usinas que vieram conhecer mais sobre o robô e demais tecnologias disponíveis no programa Cana +. De acordo com Crepaldi, hoje existem 10 Solix em operação em cana-de-açúcar, e até o final de junho, a expectativa é que estejam rodando 20 robôs em canaviais. “Em grãos já temos mais de 40 robôs operando no Brasil e mais de 40 nos EUA. A previsão é de que passemos de 80 robôs em operação na próxima safra de cana”, concluiu.

Natália Cherubin para RPAnews
Compartilhar
Artigo Relacionado
Últimas Notícias

Polícia suspeita que etanol batizado com metanol foi usado em bebidas adulteradas

Segundo delegado do DPPC, porcentagem alta de metanol em amostras, de até...

Últimas Notícias

Tereos vai investir para irrigar 20% de seus canaviais e deixa de lado aposta no biogás

Objetivo é ter um seguro contra a escassez de chuvas que tem...

Setor sucroenergético seleção natural
Últimas Notícias

Com açúcar em baixa, usinas de cana “viram a chave” para o etanol

Embora faltem dois meses para o fim da moagem da safra, agentes...

Últimas Notícias

Biometano: produção deve triplicar até 2027, segundo a Copersucar

Um estudo da Copersucar aponta que o Brasil vive um ponto de...