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Valor da produção do agro deve chegar a R$ 1,4 trilhão neste ano

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Após anos de relativa estagnação, o Ministério da Agricultura prevê aumento de 11,5% no Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuária brasileira em 2025. As projeções preliminares da Pasta estimam o índice em R$ 1,418 trilhão, avanço expressivo em relação ao patamar dos últimos anos.

alta de quase R$ 150 bilhões na receita agropecuária dentro da porteira deve ser puxada pelos desempenhos da agricultura e da pecuária, indicou a Pasta em documento publicado nesta semana. O faturamento bruto das lavouras está previsto em R$ 941,8 bilhões, avanço de 11,2% em relação aos R$ 847,1 bilhões de 2024. Já a receita das criações de bovinos, frango e suínos deve evoluir 12,2%, passando de R$ 425,2 bilhões para R$ 477,1 bilhões.

O crescimento é explicado, em parte, pela projeção de aumento na safra de grãos. O índice deve variar mais de 7%, conforme os dados de dezembro de 2024 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), para 306 milhões de toneladas. Como a metodologia espelha os preços médios dos produtos apurados no ano passado para projetar o valor da produção em 2025, o VBP parcial tem uma previsão de forte incremento, disse o ex-secretário de Política Agrícola e consultor na área, Ivan Wedekin.

O cenário também é influenciado pelo câmbio, que está acima da média de 2024. “Tem uma liberdade estatística, pois o índice do VBP é atualizado todo mês, conforme os resultados são acumulados”, explicou. “Teremos, provavelmente, um aumento na quantidade produzida de grãos, que é um dado positivo, e tem o efeito do câmbio, que hoje está acima da média de 2024”, disse.

No ano passado, a receita agrícola fechou em queda de 3,2% na comparação com 2023 por conta, principalmente, dos efeitos da seca nas colheitas de soja e milho. O índice saiu de R$ 875,3 bilhões para R$ 847,1 bilhões. O faturamento das lavouras desses dois grãos caiu 15,9% e 17,1%, respectivamente. A retração na agricultura só não foi maior devido aos resultados do cacau, que cresceu 154,4% e da laranja, que teve alta de 29,5%.

Outro produto que contribuiu foi o café, cujo VBP atingiu R$ 79,59 bilhões em 2024, 50,8% acima do ano anterior. O valor engloba R$ 57,63 bilhões de receita com café arábica e R$ 21,95 bilhões com cafés robusta e conilon.

Para 2025, a recuperação das receitas da soja e do milho deve sustentar o avanço do VBP da agricultura, com previsão de altas de 19,9% na oleaginosa, para R$ 360,7 bilhões, e 12% no cereal, para R$ 140,8 bilhões. Cacau, laranja, mamona, uva e amendoim também terão crescimento, segundo o ministério. Para o café, a expectativa é que o setor atinja R$ 108,12 bilhões em faturamento bruto, alta de 35,9% em relação a 2024.

Entre as principais commodities, apenas algodão e trigo devem ter recuos, de 2,9% e 1,5%, respectivamente. Segundo a estimativa, a cana-de-açúcar deverá manter a estabilidade vista desde 2023, com leve alta de 0,3%. Além disso, as perspectivas são de recuperação na produção de feijão, com alta de 3,3% na receita, e de retração de 5% no arroz.

Já a pecuária fechou 2024 em alta de 8,4% em relação ao ano anterior, saindo de R$ 392,1 bilhões para R$ 425,2 bilhões. A valorização de bovinos (11,1%), suínos (16,6%) e aves (9,3) sustentou a alta no faturamento na pecuária, apesar de quedas na produção de leite (-0,6%) e ovos (-1,6%). Em 2025, a carne bovina deve ter um novo salto na receita, de 21,5%, superando R$ 200 bilhões pela primeira vez na série histórica.

O segmento de carne suína também deve manter o pé no acelerador neste ano e crescer mais 17,8%, para R$ 66,1 bilhões. A criação de aves vai diminuir o ritmo de expansão, prevê a Pasta, mas ainda terá alta de 4,7% na receita, para R$ 110,9 bilhões. O setor leiteiro deve se recuperar e evoluir 2,8%. O cenário é negativo apenas para os ovos, cujo faturamento deve encolher 5,2%, para R$ 24,8 bilhões.

Na agricultura, a maior queda percentual em 2025 deve ser a da batata-inglesa, de 49%. No ano passado, por outro lado, o faturamento dos produtores do tubérculo cresceu 39,8%. A produção de tomate (-27%), banana (-15,1%) e mandioca (-3,7%) também terão um ano de retração.

A projeção para 2025, referente a dados coletados em dezembro de 2024, é mais otimista que as primeiras estimativas divulgadas pelo ministério em outubro e novembro, quando indicava alta do VBP para cerca de R$ 1,3 trilhão.

Soja, milho, cana-de-açúcar, café e algodão lideraram a lista dos principais produtos agrícolas na composição do VBP no ano passado. Na pecuária, o ranking foi puxado por bovinos, frango e leite. Mato Grosso é o principal Estado produtor agropecuário, com faturamento de R$ 185,1 bilhões, segundo o Ministério da Agricultura, seguido de São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Goiás. (Colaborou Cibelle Bouças, de Belo Horizonte).

Com informações do Globo Rural / Rafael Walendorff
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