O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, negou os rumores de que o governo brasileiro já teria concordado a respeito de concessão para o etanol americano nas tratativas bilaterais entre os países quanto ao tarifaço.
“Acho que essa fala está precipitada. O que temos de concreto é uma manifestação do presidente Lula de que poderá fazer um novo telefonema ao presidente Trump para que, juntos, possam definir a data para ida da comitiva brasileira para prosseguirem as negociações”, disse Fávaro a jornalistas nos bastidores da Conferência de Ministros da Agricultura das Américas.
Mais cedo, Lula disse que ligará para Donald Trump se as negociações sobre tarifas dos EUA não progredirem em breve. “Eu tenho o número dele, ele tem o meu. Não tenho problema em ligar para ele”, disse Lula a repórteres antes da cúpula climática das Nações Unidas, a COP-30.
“Quando a COP-30 terminar, se uma reunião entre meus negociadores e os dele ainda não estiver agendada, ligarei para Trump novamente”, disse Lula, que acrescentou que seus principais negociadores, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, “estão ansiosos para discutir”.
Fávaro rebateu comentários de que a questão do etanol já está consensuada dentro do Executivo. “Portanto, além disso, é pura especulação. Afinal de contas, se o próprio presidente disse que não teve a reunião marcada, quem disse que o etanol é questão basilar para os Estados Unidos? Não é o momento de fazer esse tipo de comentário”, refutou o ministro.
Apesar das negativas do ministro, o acesso do etanol americano ao mercado brasileiro é frequentemente citado pelas autoridades americanas como uma das prioridades comerciais do país com o Brasil.
O governo Trump considera desleal a diferença tarifária cobrada sobre o etanol entre EUA e Brasil, de alíquota de 2,5% sobre biocombustível brasileiro contra 18% aplicados sobre o produto norte-americano.
Agência Estado| Isadora Duarte

