A diretora de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras, Angélica Laureano, afirmou nesta sexta-feira (7) que a companhia mantém a intenção de ingressar no mercado de etanol, por meio de parceria com uma empresa do setor e com participação minoritária. A executiva falou durante teleconferência com investidores sobre os resultados financeiros do terceiro trimestre.
“Continuamos acreditando firmemente que o etanol é um vetor estratégico de baixo carbono. Prevemos a adição de renováveis, em 2050, entre 8% e 9% da matriz energética primária. E, portanto, continuamos negociando com parceiros a nossa entrada no mercado de etanol em uma participação minoritária”, afirmou Laureano.
Nos bastidores, há conversas entre a Petrobras e seis fabricantes de etanol para a formação de uma joint venture, sendo que as tratativas mais avançadas estariam com Inpasa e FS, ambas com foco na produção de etanol de milho.
Durante a teleconferência, Angélica Laureano também comentou sobre o Leilão de Reserva de Capacidade (LRCAP), previsto para março de 2026. Segundo ela, a Petrobras tem cerca de 3 gigawatts (GW) de energia para ofertar no certame.
“Enxergamos alguma dificuldade com relação à alocação da tarifa de transporte. Mas estamos buscando, com a ANP [Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis] e o MME [Ministério de Minas e Energia], alguma alternativa para a alocação dessa tarifa de transporte”, explicou a diretora.
Ainda não está claro se a executiva se referia à preparação de propostas antes da conclusão da revisão tarifária para o ciclo 2026–2030. Atualmente, a ANP busca antecipar a definição de parâmetros como taxa de retorno, custo médio ponderado de capital (WACC) e valoração da Base Regulatória de Ativos (BRA), a fim de dar maior previsibilidade às empresas interessadas.
Outra possibilidade é que a declaração tenha sido uma crítica ao formato do leilão, que dará prioridade a projetos conectados à malha de gasodutos de transporte com entrega entre 2026 e 2027. Ainda assim, o certame também permitirá a participação de projetos não conectados, possivelmente mais competitivos, para entrega de energia entre 2028 e 2030.

