Os preços do açúcar recuaram após a Organização Internacional do Açúcar (ISO) projetar, nesta segunda-feira, um superávit global de 1,625 milhão de toneladas em 2025/26, revertendo o déficit de 2,916 milhões de toneladas estimado para 2024/25.
O contrato de açúcar bruto com vencimento em março de 2026 fechou em queda de 0,16 centavo de dólar, ou 1,1%, a 14,80 centavos de dólar por libra-peso. Por sua vez, o contrato mais ativo de açúcar branco perdeu 1,8%, para US$ 418,10 por tonelada.
Segundo a ISO, a mudança é impulsionada sobretudo pelo aumento da produção na Índia, Tailândia e Paquistão. Em agosto, a entidade previa um déficit bem menor — de apenas 231 mil toneladas — para 2025/26. Para a próxima temporada, a ISO estima alta de 3,2% na produção global, totalizando 181,8 milhões de toneladas.
Na última sexta-feira, os preços chegaram a máximas de três semanas, apoiados pelo aperto na oferta indiana. O Ministério da Alimentação da Índia confirmou que permitirá a exportação de 1,5 milhão de toneladas de açúcar em 2025/26, abaixo das estimativas anteriores de 2 milhões de toneladas. O país adotou cotas de exportação em 2022/23 após chuvas tardias reduzirem a produção e comprimirem o abastecimento interno.
Ainda assim, o mercado tem reagido principalmente ao cenário de ampla oferta global. Nas últimas semanas, Londres registrou o menor preço para um contrato futuro mais próximo em 4,75 anos, enquanto Nova York tocou o piso de 5 anos, pressionados pela maior produção no Brasil e pela perspectiva de superávit mundial. Em 5 de novembro, a Czarnikow revisou sua estimativa de superávit global para 8,7 milhões de toneladas em 2025/26 — aumento de 1,2 milhão de toneladas frente à projeção de setembro.
O avanço recorde da produção brasileira adiciona pressão baixista. A Conab elevou, em 4 de novembro, sua estimativa para a safra 2025/26 no país para 45 milhões de toneladas, acima da previsão anterior de 44,5 milhões. A Unica informou que a produção de açúcar do Centro-Sul na segunda quinzena de outubro cresceu 16,4% na comparação anual, alcançando 2,068 milhões de toneladas.
Além disso, a proporção de cana destinada ao açúcar subiu para 46,02%, ligeiramente acima dos 45,91% de igual período do ano passado. No acumulado da safra até outubro, a produção do Centro-Sul registra alta de 1,6%, somando 38,085 milhões de toneladas.
Com informações da Barchart


