Conecte-se conosco
 

Edição 186

A eleição de Donald Trump trará efeitos negativos ao setor sucroenergético brasileiro?

Publicado

em

158435.png
Guilherme%20Melo.jpg
Guilherme Melo, analista sênior de
Agronegóciodo Itaú BBA

EFEITOS PODEM SER POSITIVOS

“A eleição de Donald Trump pode até ser positiva para o setor sucroenergético. No curto prazo, a desvalorização do real ajuda na precificação do açúcar em moeda nacional e também contribui para aumentar o custo de internação da gasolina, que agora parece seguir uma lógica de precificação atrelada à paridade de importação. No médio prazo, o tom do discurso ‘trumpista’ aponta para uma flexibilização das regras ambientais e, consequentemente, um possível aumento da produção de petróleo. Isso poderia afetar negativamente o preço da gasolina, e, por conseguinte, do etanol. Sobre a orientação protecionista e os impactos disso no acesso do açúcar brasileiro ao mercado americano, que poderiam afetar principalmente as usinas do Nordeste, acreditamos que os efeitos devam ser limitados ou até positivos. Isso porque o endurecimento maior tende a ocorrer em relação ao México – um dos maiores fornecedores de açúcar dos americanos – o que aumentaria a dependência do produto de outras origens, incluindo o Brasil.”

CEDO PARA PREVER

“Para a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) ainda é cedo para saber como a Environmental Protection Agency (EPA) na administração de Donald Trump vai administrar o Renewable Fuel Standard (RFS) e a política de biocombustíveis e emissões de gases poluentes. Ao mesmo tempo em que o presidente eleito expressou apoio ao programa RFS em sua campanha eleitoral, especialmente na região produtora de milho (meio-oeste americano), considerado um dos seus mais importantes redutos eleitorais, deixou clara sua posição protecionista quanto ao comércio internacional, o que poderá se traduzir em algum tipo de restrição ao comércio de biocombustíveis. A entidade vai acompanhar de perto a transição do governo americano para avaliar os impactos ao setor sucroenergético brasileiro.”

Opinião oficial da Unica

marioCampos.jpg
Mário Campos, presidente da Siamig
(Associação das Indústrias Sucroenergéticas
de Minas Gerais)

ACORDO CLIMÁTICO

“É uma grande incógnita. Um dos pontos que podem impactar negativamente o setor brasileiro seria alguma mudança no acordo climático. Acredito que esse seja o grande ponto de interrogação. É a grande pressão que se coloca para o setor. Durante a campanha ele prometeu rever a questão tratada no acordo climático. Isso, se de fato ocorrer, poderia prejudicar a questão ambiental, um importante fator de crescimento para o setor. No entanto, vou ponderar a seguinte coisa: inicialmente, a gente fica preocupado, mas assim como nós temos macrotendências mundiais como combate à corrupção e combate ao político ruim, a questão da agenda ambiental também é uma macrotendência mundial e isso não deve mudar. Inclusive, isso está muito inserido nos seguimentos econômicos, nos negócios e existem várias empresas norte-americanas com atuação global e que lidam com as questões ambientais como políticas internas. Então, nós podemos ficar com algum receio de que o acordo climático possa ser revisto em parte pelos Estados Unidos, mas a atuação das empresas vai ser um pouco diferente. Teremos que esperar o posicionamento do governo Trump.”

Ricardo%20recente.jpg
Ricardo Pinto, sócio-diretor
da RPA Consultoria

ALTA DO DÓLAR SERIA POSITIVO

“Diretamente não há como vislumbrar correlação entre a vitória de Donald Trump e o setor sucroenergético brasileiro. O que se pode traçar são conjecturas dos impactos de sua gestão na economia mundial e no que estes impactos poderiam afetar nosso setor. Por exemplo, caso haja uma alta persistente do dólar, como acontece neste primeiro momento de reação dos mercados à eleição do Trump, o impacto é positivo no preço do açúcar em reais. Todavia, se a economia mundial for levada a uma nova crise, como alguns gurus catastrofistas já preveem, o consumo mundial de açúcar se reduzirá, o que será ruim para o preço do açúcar em cents de dólar por libra-peso.”

Pedro%20Rob%c3%a9rio.jpg
Pedro Robério, presidente do
Sindaçúca- AL

RESTRIÇÃO AO COMÉRCIO

“Precisamos aguardar as efetivas medidas do Donald Trump como presidente e não como candidato. No que se refere ao setor sucroenegético, assume importância a manutenção dos EUA como aderente ao Acordo de Paris sobre a COP 21. No mais, precisamos aguardar a adoção ou não de medidas protecionistas de comércio que, se adotadas, poderão restringir o comércio externo do Brasil num momento que estamos precisando ampliá-lo.”

Arnaldo%20correa.JPG
Arnaldo Correa,
diretor Archer Consulting

COMÉRCIO NÃO DEVE MUDAR

“Acho cedo ainda para falar. Não consigo ver nesse momento algo que afete negativamente o país. Não acredito que a eleição de Trump chegue a impactar o comércio entre Brasil e EUA.”

Andr%c3%a9%20Rocha.JPG
André Rocha, presidente do
FórumNacional Sucroenergético
e Sifaeg/ Sifaçucar (Sindicatos
da Indústria de Fabricação de
Açúcar e de Etanol do
Estado de Goiás)

BRASIL TEM BOM RELACIONAMENTO COM REPUBLICANOS

“É muito cedo para fazer qualquer avaliação. O Brasil sempre teve boas relações comerciais com os governos republicanos. Temos que esperar para ver como será. Uma coisa é campanha, outra coisa é governo de fato. Esperamos que ele mantenha os compromissos firmados pelo governo americano sobre o clima.”

ETANOL DEVERÁ SENTIR

“Muita especulação ainda. E aqui vai mais uma: energia alternativa e meio ambiente não serão prioridade no Governo de Trump, assim acredito que o programa de etanol como combustível alternativo deva sentir mais que o mercado de açúcar.”

Oswaldo Godoy, diretor de Negócios da Assetsman

Cadastre-se e receba nossa newsletter
Continue Reading