O setor de etanol reagiu com decepção o acordo entre Mercosul e UE (União Europeia) por conta da cota de 650 mil de toneladas negociada entre os blocos econômicos. Dado o porte do mercado brasileiro, a limitação tende a ser pouco representativa no volume de negócios do setor.
Pelas informações divulgadas até o momento, o Mercosul terá direito a exportar 450 mil toneladas por ano de etanol para uso industrial sem aplicação de tarifas pelos países da UE. Além disso, terá direito a uma cota de 200 mil toneladas por ano de etanol para outros fins, incluindo o combustível, sujeito a condições especiais ” um terço da tarifa MFN, que é a menor tarifa aplicada pelos países do bloco europeu.
Na sexta (28), a Unica, associação empresarial que representa as maiores empresas do setor sucroenergético, soltou uma nota que já refletia algum desânimo com a medida.
O volume negociado por governos anteriores era da ordem de 1 milhão de toneladas por ano. Ao ceder nesse e em outros pontos, o governo Bolsonaro e seus parceiros no Mercosul, Argentina, Paraguai e Uruguai, conseguiram fechar o acordo negociado há mais de 20 anos.
“Apesar de, na nossa visão, as negociações para açúcar e etanol não terem sido ambiciosas o suficiente, dada a demanda europeia por açúcar e seu grande potencial de consumo de biocombustíveis, reconhecemos que o acordo foi o melhor possível considerando as limitações impostas pela UE”, afirmou a Unica.
A venda de etanol para países da UE foi de 43,6 mil m³ até maio de 2019, graças aos embarques de cerca de 20 mil m³ em fevereiro e março. Apenas em cinco meses, foi superada toda a exportação registrada em 2018, de 43,6 mil m³. Como o volume é pequeno, um carregamento já faz grande diferença na série histórico envolvendo o bloco europeu.