Os preços médios do açúcar cristal recuaram com força no mercado spot de São Paulo na primeira semana de novembro. Pesquisadores do Cepea indicam que consumidores brasileiros aumentaram a pressão por ofertas a preços mais baixos. Essa postura esteve atrelada às novas desvalorizações da commodity no mercado externo.
Na primeira semana de novembro, notícias indicando crescimento na produção de açúcar em países-chave levaram os contratos futuros da Bolsa de Nova York (ICE Futures) a operarem em novas mínimas recentes. No Brasil, apesar da menor produtividade nos canaviais até a segunda quinzena de outubro, a região Centro-Sul conseguiu produzir um volume ligeiramente superior de açúcar em comparação com a safra anterior (2024/25), conforme apontam dados da Unica.
Os preços médios do açúcar cristal branco negociado no mercado spot do estado de São Paulo reagiram no encerramento da última semana de outubro, aponta levantamento do Cepea. Segundo o Centro de Pesquisas, o Indicador CEPEA/ESALQ (cor Icumsa de 130 a 180) chegou a operar na casa dos R$ 111,00 por saca de 50 kg na segunda-feira, 27 — o menor patamar nominal desde abril de 2021 —, mas na sexta-feira, 31, subiu para R$ 113,65/sc.
Pesquisadores explicam que a recuperação foi impulsionada pela maior concentração das negociações envolvendo o açúcar cristal de melhor qualidade, o Icumsa 150. Usinas seguiram firmes nas posições de venda, apoiadas na restrição de oferta — boa parte dessa qualidade tem sido direcionada ao mercado externo ao longo desta safra (2025/26). Já para o tipo cristal Icumsa 180, algumas usinas adotaram uma postura mais flexível, buscando escoar estoques e garantir vendas nos preços vigentes. De modo geral, houve pressão de compradores por valores mais baixos, o que reduziu a liquidez, conforme levantamento do Cepea.

