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Bioenergia

Agricultura de precisão: 5 aplicações que um produtor de cana arrojado precisa ter

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Usina ou produtor de cana moderno sabe que fazer o uso de tecnologias de AP (Agricultura de Precisão) é essencial para a otimização dos recursos da produção agrícola (como máquinas, operadores, uso de terra e insumos) e aumento da lucratividade e produtividade. De acordo com estudos recentes, a combinação de tecnologias de AP pode aumentar o rendimento global das lavouras em até 67%.

A utilização das técnicas e tecnologias da AP é um caminho sem volta. Em tempos de RenovaBio, cada vez mais é necessário a racionalização dos diversos insumos da produção canavieira, seja de adubos, herbicidas, óleo diesel etc.

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“A AP tem o potencial de identificar a variabilidade espacial e temporal dos campos de cultivo de cana-de-açúcar e dela tirar vantagem, seja econômica, ambiental ou social”, afirma Guilherme Sanches, mestre em Engenharia Agrícola pela Unicamp, especialista em Sensoriamento Proximal do Solo, Ciência de Dados e pós-doutorado em Ciência dos Solos pela Esalq-USP

Mesmo assim, o uso da AP no setor sucroenergético brasileiro ainda não alcançou seu potencial máximo de aplicação. Tem-se atualmente entre as principais tecnologias a aplicação de adubos em taxa variada, o uso de pilotos automáticos e algumas análises com o uso de drones. No entanto, afirma Sanches, ainda há um enorme potencial pela frente, principalmente quando se de tecnologias para diagnósticos precisos das condições do solo e da planta.

Hoje, já existem disponíveis no mercado diversas tecnologias que poderiam estar sendo mais empregadas nos canaviais. Segundo Wilson Júnior, da AgritechGeo, empresa especializada em prestação de serviços com o uso de geotecnologias, já é possível fazer a análise do solo, da compactação, a estimativa de biomassa e produção, o monitoramento de colheita, a saúde da planta, a matocompetição e até o mapeamento de falhas nos canaviais e focos de incêndios.

Quase todas as tecnologias têm como o grande aliado o uso do Vant (Veículo Aéreo não Tripulado) e de drones modernos, que tem a capacidade para fazer aplicações de defensivos agrícolas em áreas pré-determinadas.

“Com o uso dessa ferramenta é possível fazer estimativas precisas. Com isso, os produtores e usinas conseguem fazer um planejamento muito mais minucioso e, consequentemente, tomar decisões mais apuradas para maximizar seus ganhos e reduzir custos”, afirma Wilson.

Conheça as 5 aplicações que você poderia estar fazendo em sua lavoura de cana

1) IDENTIFICAÇÃO DE ERVAS DANINHAS E APLICAÇÃO LOCALIZADA DE DEFENSIVOS COM DRONES

Agricultura de precisão: Drone especial fazendo a aplicação de herbicidas em catação química

Agricultura de precisão: Drone especial fazendo a aplicação de herbicidas em catação química

Grosso modo, hoje para fazer 50 hectares por dia de catação química, o setor canavieiro tem têm três opções:

APLICAÇÃO COSTAL, COM OS SEGUINTES RECURSOS:

35 rurícolas (equipe)

35 equipamentos costais

1 caminhão bombeiro com motorista

1 caminhão Baú para armazenamento de produtos e com NR.

1 Ônibus Rurais com NR.

Pontos de parada para banho dos rurícolas ao final da jornada, lavagem dos uniformes, etc.

APLICAÇÃO MECÂNICA, COM OS SEGUINTES RECURSOS:

3 tratores

4 tratoristas

12 rurícolas

1 caminhão bombeiro com motorista

1 Ônibus Rural ‘’NR’’ de turma com motorista

APLICAÇÃO COM QUADRICICLOS, COM OS SEGUINTES RECURSOS:

4 quadriciclos adaptados

4 operadores de quadriciclo

1 caminhão bombeiro com motorista

1 reboque para 4 quadriciclos

APLICAÇÃO COM O USO DE UM DRONE COM CAPACIDADE DE APLICAÇÃO DE 16 LITROS E 2 HORAS DE AUTONOMIA DE VOO

De acordo com Wilson, tanto o uso de quadriciclos como o uso de drones pode fazer toda a diferença no custo por hectare da catação química, que chega a custar de 10% a 20% o custo de uma aplicação normal.

Entretanto, de nada adianta utilizar as tecnologias de aplicação ou catação química se a usina ou produtor não sabem, em detalhes, quais são as áreas onde há matocompetição. Sendo assim, fazer a identificação da daninha antes é imprescindível para atacar com precisão e eficácia, segundo Wilson.

“Para fazer a análise de matologia, o Vant sobrevoa a área desejada e produz imagens em alta resolução capazes de identificar a invasão de plantas daninhas nos canaviais, gerando imagens que mostram os níveis de infestação para o melhor controle das invasoras. Através de software específico geramos relatórios gerenciais para melhor tomada de decisão”, explica Wilson.

Após identificado os níveis de infestação de plantas daninhas, faz-se o mapeamento e georreferenciamento para que um drone ou quadriciclo vá direto ao local infestado para fazer as aplicações de herbicidas, inseticidas ou fungicidas, gerando, assim, uma economia na aplicação de produtos.

“O uso de drones na aplicação de defensivos agrícolas de forma localizada reduz custos com mão-de-obra, insumos e combustível para o produtor rural”, destaca Wilson.

Ainda de acordo com ele, os diversos certificados que as usinas e empresas agrícolas têm de atender, que controlam a quantidade de IA (Ingredientes Ativos) contidos no solo, como é o caso do Bonsucro, faz com que o uso de uma tecnologia como essa é indispensável.

ANÁLISE DE FALHAS DE PLANTIO E RECONSTITUIÇÃO DE LINHAS DA CANA

Os projetos de reconstituição de linhas dos canaviais veem se mostrando cada vez mais eficazes no mercado. Através de um sobrevoo com Vant’s sobre a área mapeada é possível identificar as falhas no sistema produtivo.

“A partir de um trabalho intensivo de engenheiros, projetistas e topógrafos da nossa equipe, essas falhas são identificadas, mapeadas e o projeto é realizado para a reconstituição de linhas. Dessa forma, o maquinário realizará o trabalho de forma eficaz aumentando a eficiência da operação diminuindo os custos do produtor. Além disso, o projeto de reconstituição de falhas no plantio aumenta a área plantada garantindo ganhos de produtividade”, conclui Wilson.

3) ANÁLISE DE SOLO PARA NUTRIÇÃO

A análise de solo é fundamental para que o produtor consiga diagnosticar as condições de fertilidade e obter orientações corretas sobre os tipos de nutrientes e a quantidade exata que o solo das glebas necessita.

Dessa forma, a Agritech coleta os pontos amostrais georreferenciados em locais estratégicos nas áreas e, através do mapeamento, dá ao produtor a aplicação exata de nutrientes de acordo com as necessidades do solo da propriedade.

“Esse tipo de aplicação proporciona economia de insumos, além de evitar efeitos de lixiviação, laterização e percolação dos nutrientes no solo, maximizando os lucros do produtor”, afirma Wilson.

4) MAPAS DE ESCOAMENTO DE ÁGUAS E DE DECLIVIDADE

Com o uso de VANT’s também é possível fazer levantamentos aéreos e com a ajuda de softwares especiais para desenvolver os mapas de escoamento de água no interior das fazendas e talhões, podem ser identificados onde estão os maiores riscos para os canaviais.

“Assim é possível tomar a decisão de confeccionar ou não, terraços, níveis passantes, vírgulas, tornando os talhões e fazendas livres de estrias, erosões etc”, explica Wilson.

Podem ser desenvolvidos, ainda, mapas de declividades das fazendas com o objetivo de permitir uma melhor tomada de decisões sobre a colheita e plantio, gerando relatórios gerenciais em forma de mapas que tragam as situações de maior ou menor declividade.

Outros projetos digitais ainda podem ser realizados como o sentido de sulcação; das linhas de plantio; sulcação em 3D; planejamento de carreadores, estradas etc.

5) ESTIMATIVA DE BIOMASSA

As técnicas de sensoriamento remoto têm sido muito promissoras para o desenvolvimento de medidas mais confiáveis e economicamente viáveis da produção vegetal em larga escala. Dessa forma, a estimativa de biomassa em culturas para a produção de alimento, nutrição e produção de energia vem ganhando cada vez mais força no mercado.

Assim a Agritech, através do uso de ferramentas como Vants e sensoriamento remoto, faz uma estimativa precisa para que o produtor possa ter um planejamento minucioso e, consequentemente, tomadas de decisões mais apuradas para maximizar seus ganhos.

Parcerias garantem qualidade do uso de tecnologias

A correta difusão das tecnologias disponíveis e capacitação de mão de obra qualificada para utilização e suporte dessas tecnologias são alguns dos pri  ncipais desafios.

“A falta de padrão entre equipamentos, máquinas, protocolos de comunicação e geração de informações também é um fator importante a ser superado, sem deixar de citar, é claro, o alto custo dessas tecnologias”, afirma Wilson Júnior da AgritechGeo

Muitas vezes, por conta justamente do seu alto custo, incorporar essas inovações pode ser algo inatingível financeiramente tanto para algumas usinas quanto para os produtores de cana. Por isso, a parceria com empresas especializadas se torna tão importante em alguns casos.

As usinas, fornecedores e cooperativas não mais necessitam ter topografias fixas e consequentemente altos custos fixos, por exemplo. Elas podem terceirizar, desde serviços de georreferenciamento até o monitoramento e análise de dados obtidos com o uso de Vants em parceria com empresas que estão mais preparadas e que dispõem de equipamentos de última geração e equipes qualificadas.

“Temos uma carteira de ferramentas tecnológicas altamente estudadas para este segmento canavieiro e uma equipe de profissionais capacitada para desenvolver um serviço de qualidade e com retorno não só em produtividade, mas também do investimento do serviço”, conclui o engenheiro da AgritechGeo.

 

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