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Alta nos preços do etanol e da cogeração impactou resultado nas usinas
A alta dos preços da venda do etanol, açúcar e, em menor grau, de energia elétrica, garantiram às usinas sucroenergéticas resultados muito melhores no segundo trimestre da safra 2021/22, se comparado ao mesmo período de 2020.
Os preços compensaram os efeitos da quebra de safra que tem prejudicado a produção e pressionado os custos. O biocombustível foi o principal elemento positivo nos balanços das usinas de capital aberto, já que seu preço acompanhou a disparada da gasolina no período, provocada pelo repasse da Petrobras ao mercado interno da alta dos preços internacionais e da depreciação cambial.
Além disso, a quebra na safra fez as usinas reduzirem a oferta do etanol hidratado e concentrarem suas vendas no anidro (misturado à gasolina), que paga mais e cujo consumo está mais forte pela maior competitividade do combustível fóssil nas bombas.
A variação dos preços do etanol também foi elevada e os preços do segundo trimestre também superaram os do trimestre anterior e até mesmo os da última entressafra, período em que a menor oferta costuma oferecer suporte.
De acordo com dados divulgados pelo jornal Valor, a Raízen vendeu etanol no trimestre (próprio e de terceiros) por um valor médio de R$ 3.664 o metro cúbico, uma valorização de 63% na comparação com o mesmo período da safra passada e 29% acima do preço médio das vendas do quarto trimestre da última safra.
A Raízen não detalhou as vendas por tipo de etanol nem por destino das vendas, mas vem indicando ao mercado que está ampliando a comercialização de etanol para uso industrial e que está obtendo prêmios de 70% nas operações de etanol celulósico.
Na São Martinho, o preço médio de venda do etanol subiu 68% na comparação anual, para R$ 3.284,5 o metro cúbico, enquanto o preço médio do produto da Adecoagro aumentou 93%, para o equivalente a US$ 627 o metro cúbico – a companhia divulga seus números em dólar, porque tem capital aberto na bolsa de Nova York. Para ambas, os preços também superaram os da última entressafra em mais de 40%.
Para a Jalles Machado, o preço médio no segundo trimestre ficou em R$ 3,73 o litro, enquanto em toda a safra passada não passou de R$ 3. Já as empresas que têm poucos contratos de energia vendidos em leilões e, portanto, maior exposição ao mercado livre, os preços da eletricidade cogerada do bagaço também foram uma surpresa positiva, já que a crise hídrica vêm alavancando os preços.
Segundo dados da Adecoagro divulgados pelo Valor, o preço médio de venda da energia no trimestre, convertido em dólar, subiu 64%, e foi acompanhado por um aumento na geração a partir do bagaço comprado de terceiros, da palha e até de madeira adquirida para aproveitar a onda favorável.
A São Martinho também registrou alta expressiva do preço médio de venda de energia – 48% no trimestre, para R$ 307 o megawatt-hora (MWh). Na Raízen, o avanço foi de 17%, a R$ 272/MWh, incluindo a venda de energia de terceiros.
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