Projeções do setor sucroenergético apresentadas em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, apontam para uma alta de até 3% na moagem da cana e uma maior participação do açúcar na produção das usinas a partir da safra 2020/2021.
Segundo representantes da Datagro e da trading SCA Etanol do Brasil durante uma conferência sobre agronegócio realizado na cidade, as indústrias da região Centro-Sul devem processar entre 596 e 604,5 milhões de toneladas da matéria-prima, diante de 588,6 milhões de toneladas esperadas para o término do atual ciclo de produção. Atualmente, a região concentra mais de 90% da produção nacional.
Até 1º de março, a safra 2019/2020 acumula uma moagem total de 579,9 milhões de toneladas, com incremento de 2,74% na comparação com 2018/2019, segundo levantamento divulgado nesta quarta-feira pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).
Na região de Ribeirão Preto, há usinas que anteciparam acolheita em março, mas o saldo mensal ainda deve ser contabilizado para o atual ciclo. As projeções apresentadas também são mais otimistas em relação às apresentadas no ano passado, quando foram projetados 583 milhões de toneladas.
A possibilidade de ocorrência do fenômeno La Niña, com resfriamento das águas do Oceano Pacífico e consequências meteorológicas,.além do índice de chuvas abaixo do esperado para o início de março, são questões que podem afetar os números,.avaliou Plinio Nastari, presidente da Datagro.
Depois de um fevereiro chuvoso, as precipitações registradas até o dia 9 de março no Centro-Sul representam somente 13,8% do esperado para todo o mês.
“Estamos um pouco preocupados com a falta de chuva em março e a perspectiva de que o clima deve continuar seco nos próximos 15 dias. O armazenamento hídrico ainda permite que o desenvolvimento fisiológico das canas continue,.mas é preciso que as chuvas voltem até o final deste mês, e.mais importante, que voltem em abril”, disse.