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Após forte queda de preço, mercado de etanol entra em “novo normal”
As alterações tributárias sobre os combustíveis desorganizaram as vendas de etanol no país desde junho, e agora podem estar levando o mercado do biocombustível a um “novo normal”.
O primeiro impacto foi a perda de competitividade do etanol hidratado em relação à gasolina nas bombas. Como as primeiras alterações foram lineares – ou seja, reduziram igualmente os impostos sobre a gasolina e sobre o etanol, ignorando as alíquotas menores que exisitam sobre o renovável -, o biocombustível saiu perdendo. A relação entre o preço do etanol nas bombas de São Paulo ante o da gasolina saiu de 65%, no fim de junho, para 70% em três semanas.
O segundo impacto foi a forte queda dos preços. Para buscar competir com a gasolina, cujos preços começaram a cair com a redução dos impostos, as usinas tiveram que baixar os preços do etanol por várias semanas sucessivas. O ritmo de queda do etanol se intensificou nos momentos em que a Petrobras decidiu reduzir o preço da gasolina A.
Agora, o mercado do biocombustível entrou em um terceiro tempo. Na semana passada, encerrada dia (10/09), a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) identificou que os preços do etanol hidratado em São Paulo enfim voltaram a ficar abaixo do patamar de paridade para a média da frota flex brasileira (70%), marcando uma diferença de 68%.
O preço médio do hidratado nos postos paulistas ficou em R$ 3,34 o litro na última semana – R$ 1,19 a menos do que na semana encerrada dia 24 de junho, quando entrou em efeito a primeira revisão tributária. Nesse mesmo período, a gasolina vendida em São Paulo caiu R$ 2,08 o litro.
E recuperação de competitividade significa recuperação das vendas. Metade da redução do preço do etanol no Estado de São Paulo aconteceu na segunda quinzena de agosto.
Foi também o período em que as vendas de etanol hidratado realizadas pelas usinas do Centro-Sul interromperam a trajetória de queda e alcançaram 730 milhões de litros. Trata-se do maior patamar desde a primeira quinzena de julho e a terceira melhor quinzena desde o início da safra, em abril, de acordo com dados da União das Indústrias de Cana-de-Açúcar (Unica) divulgados na terça-feira (13/09).
Executivos do segmento admitiram ao Valor recentemente que não consideravam que os preços do etanol fossem continuar no patamar em que estavam por muito tempo, e esperam que as vendas voltem a se aquecer nas próximas semanas. Mas também veem um limite, já que a produção sucroalcooleira desta safra tem sido mais açucareira. Daqui o fim da moagem de cana, porém, o mercado deve passar por menos mudanças do que passou nos últimos três meses.
Fonte: Valor Econômico
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